Em 2012, a fiscalização da Lei Seca ficou mais rígida. Desde
então, o número de pessoas que bebem e dirigem caiu 16%. Essa queda favoreceu a
redução de mortes no trânsito. Para se ter uma ideia, entre 2012 e 2013, mais
de duas mil vidas foram salvas.
O bancário Marcos Nofre, por exemplo, está entre os
motoristas que deixaram de beber depois que o país passou a ter tolerância zero
para aqueles que combinam álcool e direção. “Há uns seis meses atrás eu ainda
continuava bebendo e dirigindo naquela velha ideia de ‘não aconteceu comigo e
nunca vai acontecer’, Só que com o passar do tempo os meus amigos foram caindo
e eu acabei mudando. Acabei pensando que não vou esperar acontecer um acidente
ou ser multado e perder a carteira. Hoje a gente vai para as festas de taxi ou
então quando tem alguma festa em uma boate perto da casa de alguém a gente
dorme lá. São pequenas coisas que a gente vai mudando no dia a dia, mas para
evitar uma tragédia maior e para ter uma consciência um pouco mais tranquila na
hora de curtir a balada.”
A diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e
Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, destaca que a
redução no número de pessoas que bebem alcoolizadas no Brasil é significativa.
Porém, ela lembra que, além de não beber antes de pegar o volante, é preciso
dirigir com responsabilidade. “Nós já podemos contabilizar avanços. Houve um
maior conhecimento da população acerca dos perigos entre beber e dirigir. É
essencial não associar álcool e direção, não usar celulares, não passar
mensagens durante a direção, ter muita atenção nas sinalizações, nas placas,
usar o cinto de segurança, usar o capacete. Enfim, eu acho que todas essas são
medidas importantes para que a gente possa contribuir nas mortes no trânsito”.
O Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceram a
tolerância zero para o consumo de bebida alcóolica entre motoristas e pilotos
de motocicletas. Atualmente, no país, quem for flagrado dirigindo alcoolizado
pode passar um longo período com a carteira de motorista apreendida. Além
disso, o motorista ainda é multado em 1.915 reais.
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