O presidente da República em
exercício Geraldo Alckmin assinou nesta quinta-feira (24) decreto que
regulamenta as contrapartidas para o retorno das isenções fiscais prevista do
regime Especial da Indústria Química (Reiq). A volta do regime especial melhora
as condições de competitividade de um setor que gera 2 milhões de empregos
diretos e indiretos no país e responde por 11% do PIB Industrial, segundo dados
da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O decreto será
publicado nesta sexta-feira (25) no Diário Oficial da União.
“Trata-se de um setor estratégico
para o projeto de neoindustrialização e o fortalecimento da indústria como um
todo. O Reiq é fundamental para garantir competitividade nesse mercado, gerando
emprego e renda”, avaliou Alckmin.
Além de permitir a retomada das
condições tributárias anteriores, o novo decreto prevê créditos adicionais para
empresas que investirem em ampliação de sua capacidade produtiva ou em novas
plantas que utilizem gás natural para a produção de fertilizantes.
Produtos
Criado em 2013, o Reiq prevê
isenção de PIS/Cofins na compra dos principais produtos usados na indústria
petroquímica de primeira e segunda geração – e que serão transformados em fertilizantes,
em princípio ativos para medicamentos, em plásticos, fibras, borrachas, tintas
e insumos para alimentos e bebidas. O regime reduz a diferença de custos entre
as empresas brasileiras e suas concorrentes internacionais.
Ao longo deste ano, o MDIC atuou
ainda em outras frentes para aumentar a competitividade da indústria química
nacional, ajudando na decisão que permitiu o aumento das alíquotas de
importação de resinas plásticas, em decisões ocorridas em março e julho no
âmbito da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
A indústria química tem peso
relevante em vários estados brasileiros, principalmente Rio de Janeiro, São
Paulo, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Amazonas e Alagoas.
Apesar da importância do setor e
dos benefícios, o governo anterior tentou por duas vezes, através de Medidas
Provisórias (MPs), extinguir o regime. As tentativas foram barradas em parte
pelo Congresso Nacional, que, por outro lado, aprovou uma lei exigindo
contrapartidas para a continuidade do benefício. Essa lei dependia de
regulamentação, o que foi feito agora pelo decreto assinado por Alckmin.
Segundo estudo publicado pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2021, o Reiq traz benefícios não apenas à
indústria química, mas à economia brasileira como um todo, com aumento de
arrecadação e produtividade, além de manutenção de empregos. Na época do estudo
– e também da edição da primeira MP contra o Reiq – a FGV projetou uma queda
entre R$ 2,7 bilhões e R$ 5,7 bilhões na produtividade anual do setor, caso o
benefício fosse extinto.
Ainda de acordo com o estudo, O
programa garante uma contribuição de até R$ 5,5 bilhões para o PIB e pelo menos
R$ 2 bilhões anuais em arrecadação.
Contrapartidas
O decreto assinado nesta
quinta-feira estabelece que as centrais e indústrias químicas deverão firmar,
junto à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, termo no qual se
comprometerão a:
I - Cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, de que
trata o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;
II - Cumprir as medidas de compensação ambiental determinadas
administrativa ou judicialmente ou constantes de termo de compromisso ou de ajuste
de conduta firmado;
III - Manter a regularidade em relação a débitos tributários e
previdenciários;
IV - Adquirir e a retirar de circulação certificados relativos a
Reduções Verificadas de Emissões (RVE) de Gases de Efeito Estufa (GEE) em
quantidade compatível com os indicadores de referência aplicáveis ao impacto
ambiental gerado pelas emissões de carbono decorrentes de suas atividades,
conforme regulamento; e
V - Manter em seus quadros funcionais quantitativo de empregados
igual ou superior ao verificado em 1º de janeiro de 2022.
O texto estabelece ainda que os
benefícios fiscais deverão ser objeto de acompanhamento, controle e avaliação
de impacto sobre seus efeitos, como custo fiscal, aumento de competitividade,
compensação ambiental e geração de emprego.
A Secretaria de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços (SDIC) do MDIC está entre os órgãos governamentais que farão esse monitoramento, ao lado da Receita Federal, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria,Comércio e Serviços
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