Hoje me peguei pensando no que seria o amor, esse verbo tão
conjugado pelas pessoas, tão usado no dia a dia e ao mesmo tempo bem pouco
compreendido. Me dei conta de que muitos daqueles que hoje já disseram “eu te
amo” nem sabiam que estavam usando um verbo da primeira conjugação, na primeira
pessoa do singular, no tempo presente do modo indicativo.
Reparei que ao pensar no amor, minha mente ligeiramente
pensou em alguém, e que esse alguém tem nome. Seria o amor um substantivo
próprio? Mas, ao pensar em alguém, logo me vi ao seu lado em uma ligação tão
forte que não pude me imaginar longe dela. Há, se é um substantivo, será também
composto e com certeza concreto.
Disse a mim mesmo “Eu amo”, e se amar é uma qualidade minha,
seria ele um adjetivo? Lembrei-me de Camões ao dizer que o “amor é fogo que
arde sem se ver”. E de tanto pensar neste sentimento, percebi que jamais
encontraria uma palavra para definí-lo ou explicá-lo. Amor é como o vento, a
gente só sente. E este sentimento muda a vida da gente, transforma, e basta
provar do seu doce sabor uma vez para renovar-se por inteiro.
Bom, se alguém me perguntar agora o que é o amor? Tenho
certeza que não saberei dizê-lo com palavras, mas, tenho certeza que me
lembrarei de um alguém, que sentirei meu coração bater mais forte, que um
sorriso brotará em meu rosto, e que o simples fato de saber que essa pessoa
existe me dará motivos para ser feliz.
Enfim, não saberei explicar o que é o amor, saberei apenas
dizer que ele existe. Mas, não se preocupe, no dia em ele bater em sua porta
você o reconhecerá, ele é inconfundível, é único, é verdadeiro, é forte, é
intenso. E se não encontrares uma palavra se quer para explicar o que estás
sentido, nesse instante alegra-te, estarás amando, e amando estarás vivendo, e
vivendo serás feliz.
Abrahão Filho
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