Um grupo de cientistas espanhóis constatou que até o álcool
do vinho tinto é beneficente para a saúde cardiovascular, desde que o consumo
seja moderado, informou nesta sexta-feira (3) o centro onde a pesquisa foi
desenvolvida.
Segundo o estudo publicado no “American Journal of Clinical
Nutrition”, tanto o etanol como os polifenóis presentes no vinho tinto têm
diferentes efeitos beneficentes sobre as moléculas inflamatórias causadoras da
aterosclerose em seus estádios adiantados, assim como a combinação de ambos é
mais eficaz em pacientes com alto risco cardiovascular.
Estas são as principais conclusões da pesquisa desenvolvida
por três grupos do Centro de Pesquisa Biomédica em Rede-Fisiopatología da
Obesidade e a Nutrição (Ciberobn), dirigidos por Ramón Estruch, Francisco José
Tinahones e Dolores Corella.
Trata-se, segundo uma nota do Ciberobn, do primeiro teste
clínico que demonstra os efeitos beneficentes do etanol e dos polifenóis,
substâncias químicas presentes nas plantas. Os pesquisadores detalharam que a
pesquisa foi iniciada a partir de um “paradoxo francês”, já que os habitantes
da França sofrem uma incidência “relativamente baixa” de doença cardíaca mesmo
com uma dieta rica em gorduras saturadas. Essa tendência fez com que os
cientistas especulassem sobre a possibilidade deste fato estar relacionado com
um maior consumo de vinho tinto, que contém uma elevada concentração de
polifenóis, potencialmente beneficentes para o coração.
“No entanto, o que ainda não tinha sido demonstrado era que
o etanol também contribuísse para reduzir a inflação arterial e celular”, como
aponta o estudo.
Para chegar às conclusões sobre as “virtudes” do consumo
moderado do álcool, os pesquisadores do Ciberobn recrutaram 73 homens com alto
risco cardiovascular, todos com idades compreendidas entre os 55 e 75 anos. Os
selecionados eram consumidores moderados de álcool e tinham diabetes ou três
dos seguintes fatores de risco cardiovascular: tabagismo, hipertensão arterial,
colesterol, obesidade e parentes com doença coronária prematura.
Os pesquisadores comprovaram que o álcool (sem polifenóis)
exerceu um efeito antiinflamatório em pacientes de alto risco e diminuiu os
níveis de alguns marcadores inflamatórios. Já a combinação de etanol e
polifenóis do vinho afeta mais os pacientes com alto risco cardiovascular.
“O estudo indica que a redução do risco de doença
cardiovascular entre os consumidores de vinho tinto observado na maioria dos
estudos epidemiológicos pode depender de uma combinação de ambos, o álcool e os
polifenóis, e não só destes últimos como se achava até agora”, aponta Estruch.
Fonte: EFE / Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA
(PSB/PE)
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