O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira
(28) abrir inquérito para investigar o possível envolvimento do senador
Demóstenes Torres (DEM-GO) com um esquema de corrupção chefiado pelo empresário
do ramo de jogos de azar, Carlos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo da
Polícia Federal no mês passado.
O pedido para que fosse feita a investigação partiu do
Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, na terça-feira (27). O ministro
Ricardo Lewandowski, que analisou a solicitação, ordenou a quebra do sigilo
bancário do senador e que sejam feitas diligências para apurar o caso.
Demóstenes era o líder de seu partido no Senado e
licenciou-se do cargo para “acompanhar a evolução dos fatos” referentes a ele.
O senador tinha uma linha de telefone exclusiva para falar com Cachoeira e foi
flagrado em 300 diálogos com o empresário, segundo investigação da PF.
No início do mês, em pronunciamento no plenário do Senado, o
parlamentar disse que mantinha apenas “conversas triviais” com o empresário.
Ele confirmou ainda ter recebido de Cachoeira, como presentes de casamento, uma
geladeira e um fogão importados no ano passado, mas negou qualquer relação
desta “gentileza” com supostas irregularidades.
Lewandowski solicitou ao Banco Central que apresente
informações sobre as movimentações financeiras do parlamentar e ao presidente
do Senado Federal, José Sarney, para que envie ao STF a relação de emendas ao
orçamento apresentadas por Demóstenes Torres. O ministro determinou, ainda, que
a Polícia Federal degrave 19 diálogos telefônicos registrados na Operação Monte
Carlo e que órgãos públicos prestem informações a respeito de contratos
celebrados com empresas investigadas.
O ministro do Supremo negou, porém, o pedido de Gurgel para
que Demóstenes fosse ouvido nos próximos dias, por considerar a medida
“prematura”, e também não cedeu ao DEM, a políticos e à imprensa a
possibilidade de acessar o conteúdo do processo, direito que foi concedido
apenas à defesa do senador.
Fonte: R7
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