Paiva Netto
Celebramos o Dia Internacional da Mulher em 8 de março,
contudo, nada nos impede de tocar no assunto em qualquer ocasião. Defendo
sempre que dignificar a mulher é valorizar o homem. Provê-la do apoio
necessário, com o acesso à educação de qualidade, a um sistema eficiente de
saúde e segurança, é dever do Estado e compromisso de todos nós. O respeito e
uma boa orientação material e espiritual às mulheres lhes possibilitam atingir
o grau de excelência nas atribuições que exerçam, por exemplo, no papel de mãe
generosa, devidamente preparada para formar cidadãos dignos. Cabe aqui
repetirmos o pensamento do educador norte-americano Charles Mclver (1860-1906):
“Se você educar um homem, educa um indivíduo; mas, se educar uma mulher, educa
uma família”.
Na abordagem desse tema, de interesse geral, com muito
prazer trago-lhes trecho da entrevista que a ilustre dra. Maria do Rosário
Nunes, ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH/PR), concedeu no Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF, em 22 de janeiro
deste ano. No ensejo, ela comandou um ato ecumênico em prol da tolerância
religiosa, assinando, juntamente com o ministro Gilberto Carvalho, da
Secretaria-Geral da Presidência da República, a portaria de criação do Comitê
Nacional de Diversidade Religiosa.
Ao discorrer sobre o 8 de Março, especialmente para a
revista “Boa Vontade Mulher”, declarou:
“Interessante é que estávamos falando aqui hoje de
tolerância, de paz, de não violência. Uma vez li que, se os acordos de paz
fossem construídos com a presença mais efetiva das mulheres, a paz seria mais
rapidamente conquistada. As mulheres nas guerras, na situação urbana, nos
conflitos diante da morte tão precoce dos meninos no nosso país, no mundo, ou
das meninas, dos maridos, dos companheiros, as mulheres perdem e sofrem muito
com a violência. Seja a violência de gênero ou quando perdem também aqueles que
amam.
“Oito de março é uma data fundamental no Brasil e no mundo,
porque tem a capacidade de mobilizar por igual a sociedade, percebendo o valor
da mulher, superando preconceitos.
“No Brasil, temos uma mulher na presidência. A presidenta
Dilma representa muito para todas nós. Temos ainda várias ministras. Inclusive,
permitam-me uma homenagem à ministra Eleonora Menicucci, que responde pela
Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República.
Trabalhamos muito integradas. (...)
“Mas temos muitos desafios, porque lamentavelmente a
violência ainda tem uma perspectiva de gênero. As mulheres no ambiente familiar
vivenciam e muito a situação da violência, que deve ser superada em todas as
idades”.
SITUAÇÃO DA MULHER NA ONU
O jornalista Enaildo Viana, da mídia da Boa Vontade, que
conduziu a entrevista com a ministra, lembrou que a Lei Maria da Penha —
elogiada internacionalmente — é reconhecida como uma das legislações mais
avançadas de proteção à mulher. Por sinal, entre 4 e 15 de março de 2013, na
sede das Nações Unidas, em Nova York (EUA), a LBV — que possui status
consultivo geral no Conselho Econômico e Social da ONU — participará da
57ª sessão da Comissão sobre a Situação
da Mulher, que reúne delegações dos países membros do organismo e
representantes internacionais da sociedade civil. Os debates terão como foco “A
eliminação e prevenção de todas as formas de violência contra as mulheres e
meninas” e reafirmarão ações em favor “da divisão igualitária de
responsabilidades entre mulheres e homens, incluindo o cuidado no contexto do
HIV/aids”.
José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br
— www.boavontade.com
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