Um dos representantes do movimento criticou também o fato de
a prefeitura do Rio de Janeiro ter decretado quatro dias de feriado, dois deles
parciais, por causa da visita do pontífice (Tomaz Silva/ABr).
São Paulo – Membros da Associação Brasileira de Ateus e
Agnósticos (Atea) protestaram hoje (23) contra os gastos públicos para recepção
do papa Francisco e realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Brasil.
Com um secador de cabelos, eles promoveram uma "desbatismo" em frente
à Catedral da Sé, centro da capital paulista. Após secar simbolicamente a água
do sacramento do batismo, a pessoa recebia um certificado de participação no
ato.
“Podemos receber o papa, mas isso não significa que temos de
gastar R$ 850 mil em uma recepção para ele, que os aviões da FAB [Força Aérea
Brasileira] tenham de ir até o Vaticano para buscar o jipe dele”, disse o
presidente da Atea, Daniel Sottomaior. Ele criticou também o fato de a
prefeitura do Rio de Janeiro ter decretado quatro dias de feriado, dois deles
parciais, por causa da visita do pontífice.
Para Sottomaior, os gastos com a vinda do pontífice são um
exemplo de como a laicidade (doutrina ou sistema que preconiza a exclusão das
igrejas do exercício do poder político e administrativo) do Estado é
desrespeitada no Brasil. “As autoridades sempre fizeram isso nesses 120 anos de
República, pondo símbolos religiosos nas repartições públicas, pondo [a frase]
'Deus seja Louvado' no dinheiro, dando dinheiro para as religiões. Todos nós
somos católicos e evangélicos à força, com a imunidade tributária que as
igrejas recebem”, afirmou.
O professor Marcelo Carvalho ficou sabendo do protesto ao
ouvir as críticas de uma apresentadora de TV ao ato. Ele destacou que também
não é contra a recepção ao papa Francisco, mas acha que a festa não deveria
envolver dinheiro público. “É mais o gasto público com a vinda dele, não
necessariamente a vinda dele”, ressaltou Carvalho.
Fonte: http://www.ebc.com.br/
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