Desde 2004, existe um equipamento que pode resolver os
ataques de tubarões em Pernambuco. A tecnologia foi desenvolvida pelo Núcleo de
Tecnologia do Agreste (NTA), que funcionou por quase dez anos em Bezerros, no
Agreste pernambucano, e foi fechado na última sexta-feira (26), por decisão do
próprio fundador, o pesquisador Marcos Luna, que se diz decepcionado com a
falta de reconhecimento ao trabalho do grupo.
Tudo começou quando o NTA recebeu uma visita da Comissão de
Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O então
presidente do grupo, deputado João Fernando Coutinho (PSB), lançou o desafio
para o Núcleo desenvolver uma solução para os ataques.
Cerca de uma semana depois, a ideia do equipamento foi
apresentada em audiência pública na Alepe e, um mês depois, ele estava pronto
para uso.
“Ficou acertado que iríamos testar o equipamento, mas até
hoje não tivemos esta oportunidade”, lamenta Marcos Luna. “Fiquei tão chateado
com o descaso total do governo que decidi fechar o NTA. Só queríamos o
equipamento no Recife junto com o Governo”, desabafa.
Durante um ano o aparelho foi testado. Um dos locais foi a
praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, cidade vizinha ao Recife.
O pesquisador explica que a tecnologia do equipamento não é
nova, mas foi adaptada para que tenha uma capacidade maior de extensão de
trabalho.
São boias que emitem ondas eletromagnéticas, que atingem a
chamada Ampola de Lorenzine do tubarão, responsável por captar os campos
elétricos. O “ruído” das ondas incomodam o animal, que se afasta da orla.
“Não há prejuízos físicos para o tubarão. Ele só se incomoda
com a onda e vai embora. Os outros animais e as pessoas também não são
afetadas”, explica.
As boias funcionam 24 horas e devem ser colocadas a uma
distância de 15 metros uma da outra, ficando presas ao fundo do mar.
Quatro pessoas do NTA trabalhando para desenvolver a
tecnologia. O NTA funciona por meio de parcerias, inclusive com órgãos
internacionais. Além do “repelente de tubarão”, o Núcleo criou o primeiro Peixe
Robô do Brasil e equipamentos de locomoção para cegos.
A discussão em torno dos ataques de tubarão voltaram à tona
após um novo caso, registrado no dia 22 deste mês. A vítima foi a adolescente
paulista Bruna Silva Gobbi, 18 anos, que tomava banho de mar em Boa Viagem, na
Zona Sul do Recife, quando foi mordida. Ela chegou a ser atendida na Unidade de
Pronto Atendimento da Imbiribeira e, depois, encaminhada ao Hospital da
Restauração, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu menos de 12 horas depois
do ataque.
Com isso, já são 59 ataques de tubarão em Pernambuco e 24
mortes desde que os casos começaram a ser contabilizados, há 21 anos.
Fonte:
Blog do Jamildo/ Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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