Brasília - Senadores aproveitaram a sessão não deliberativa
da tarde de hoje (2) para cobrar providências do governo quanto às denúncias de
que mensagens eletrônicas da presidenta Dilma Rousseff e de seus assessores
próximos foram espionadas pelos Estados Unidos.
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM),
manifestou “veemente repúdio”e apresentou um requerimento para um voto de
censura ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Trata-se de uma clara
e indisfarçável violação aos sagrados princípios de soberania nacional,
injustificadamente promovida em nome da segurança dos Estados Unidos”, disse
Braga, cujo requerimento ainda será apreciado na Comissão de Relações
Exteriores.
A senadora Ana Amélia (PP-RS), por sua vez, lembrou que
"não se pode aceitar passivamente argumentos contra o terrorismo para
permitir episódios de espionagem no Brasil com injustas vantagens, inclusive
comerciais, para outras nações”.
Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o fato é
“gravíssimo” e não pode ser tratado apenas com manifestações de repúdio por
parte das autoridades brasileiras. Para ele, a presidenta Dilma Rousseff deve
tomar providências diplomáticas enérgicas. “Eu quero propor à presidenta Dilma
que cancele a visita aos Estados Unidos, pois temos que ter, neste momento,
gestos graves para mostrar o repúdio do Brasil, o repúdio da nação brasileira a
esses atos de espionagem à própria presidenta da República, contra a autoridade
maior deste país”, propôs o senador.
Os senadores reagiram às denúncias veiculadas em reportagem
ontem (1º) do programa Fantástico, da Rede Globo, de que agentes de segurança
dos Estados Unidos rastrearam e monitoraram e-mails da presidenta Dilma e de
seus assessores. Segundo a reportagem, os documentos vazados pelo ex-consultor
Edward Snowden não permitem saber o conteúdo das mensagens da presidenta, mas
sim com quem ela conversou. A reportagem diz ainda que o presidente do México
também teve mensagens interceptadas quando era candidato.
Fonte: Agência Brasil
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