O PTB recebeu nesta quinta-feira (03) uma nova leva de
filiados, dando continuidade ao processo de fortalecimento do partido na
construção de chapas competitivas para as eleições proporcionais de 2014.
Entraram na legenda lideranças que integravam em sua maioria a oposição,
sobretudo o PSDB, a exemplo dos ex-prefeitos de Garanhuns, Silvino Duarte, de
Moreno, Vavá Rufino, e de São Lourenço da Mata, Jairo Pereira, além da
ex-deputada estadual Aurora Cristina.
Em entrevista à Rádio CBN na manhã desta quinta-feira (03),
o presidente estadual do PTB, o senador Armando Monteiro, voltou a defender a
legitimidade dos partidos da Frente Popular de Pernambuco em debater a sucessão
estadual, dizendo ser da mesma forma legítimo o PSB trabalhar para construir
uma possível candidatura presidencial do governador Eduardo Campos.
“O que nós temos dito é que, com a reeleição do governador
Eduardo Campos, e na perspectiva agora do final do seu mandato, abre-se um novo
ciclo na política de Pernambuco. Nada mais natural, considerando que o
governador já foi reeleito, que os partidos possam discutir livremente esta
perspectiva de futuro”, disse na entrevista.
Além de Silvino Duarte, Vavá Rufino, Jairo Pereira e Aurora
Cristina, filiaram-se ao PTB o ex-deputado federal Ricardo Heráclio, o
ex-deputado estadual João da Deus, o ex-vereador de Jaboatão Jorge Junior, a
delegada civil e professora universitária, Nely Queiroz, o ex-vereador de Abreu
e Lima Cícero Zeferino e o ex-vereador de Garanhuns Marcelo Marçal.
Veja abaixo os
principais trechos da entrevista de Armando:
“Nossa relação sempre foi de solidariedade à aliança, mas
com independência”
Armando Monteiro – “O PTB sempre se constituiu numa força
independente, ou seja, nossa relação na aliança sempre foi pautada por uma
posição de solidariedade à aliança. Mas, ao mesmo tempo, de independência. Nós
sublinhávamos sempre a nossa condição de aliados e não de subordinados. Ou
seja, o nosso partido tem a sua própria liberdade para poder pensar sobre o
futuro, sobre os caminhos. E o que nós temos dito é que com a reeleição do
governador Eduardo Campos, e na perspectiva agora do final do seu mandato, abre-se
um novo ciclo na política de Pernambuco. E a partir daí é legítimo que os
partidos, inclusive os que integram a aliança, possam pensar em seus projetos,
discutir isto, considerar a perspectiva de que possam também conduzir projetos
próprios. Eu quero lembrar que este grau de liberdade que nós reivindicamos, no
âmbito da aliança, num certo contexto, corresponde ao que o próprio PSB, no
plano nacional, reivindica também, na medida em que ele integra o governo da
presidente Dilma. Neste caso até com uma condição diferente, porque a
presidente é natural candidata à reeleição, e ainda assim o PSB postula, de
forma que me parece legítima, a perspectiva de uma candidatura própria.
Portanto, em Pernambuco, nada mais natural de que, considerando que aqui ainda
há outra circunstância, que é o fato de o governador já ter sido reeleito, que
os partidos possam discutir livremente esta perspectiva de futuro”.
“Um movimento hostil,
estranho”
Armando Monteiro – “Nós estamos em plena campanha de
filiações e não há nenhuma dúvida de que o PTB sairá mais forte deste processo.
Nós filiamos um grande número de lideranças, em todas as regiões do Estado,
filiamos deputados estaduais, filiamos figuras expressivas, o ex-presidente da
Assembleia Legislativa, Romário Dias, o atual prefeito de Limoeiro, uma das
mais expressivas lideranças do agreste setentrional e da Mata norte de
Pernambuco, Ricardo Teobaldo, o ex-prefeito Álvaro Porto. Então o PTB tem se
fortalecido. Hoje à tarde, às 15h, estaremos filiando lideranças importantes do
Estado de Pernambuco. Portanto, o PTB se fortalece. Agora, nós temos procurado
observar algo que nos parece uma regra elementar de convivência. Nós não
estamos tentando cooptar quadros de partidos que integram a nossa própria
aliança. Isto não seria próprio. Portanto, quando o PSB, que é o partido líder
da aliança, já que é o partido do próprio governador Eduardo Campos, investe
para poder cooptar e atrair quadros dos próprios companheiros da aliança, isto
nos parece um movimento estranho, um movimento hostil. Os jornais noticiam, a
todo momento, companheiros do PT e de legendas aliadas que estão sendo levados
para o PSB. Este nos parece ser, sem dúvida nenhuma, um movimento estranho. Não
é um movimento que revele esse compromisso aliancista. Pelo contrário, é um
movimento que parece que se pauta por uma visão hegemonista de você querer
fortalecer, ou pelo menos reforçar mais ainda a posição deste partido, que é o
partido líder da aliança”.
“O PSB tem o direito de buscar os seus próprios caminhos”
Armando Monteiro – “É evidente que nós estamos, e eu quero
deixar isto claro, integrandos neste momento esta aliança em Pernambuco. Ou
seja, em Pernambuco nós somos um partido da base de apoio do governador Eduardo
Campos, como no plano federal, no plano nacional, nós integramos a base da
presidente Dilma. Portanto, não é estranho que se possa promover qualquer
aliança nestes dois níveis. Agora, há uma situação que tem que ser considerada,
e eu volto a dizer, considero legítima esta postulação, é que o PSB, ao que
tudo indica, movimenta-se para ter uma candidatura presidencial. Então, é este
movimento do PSB que vai condicionar a perspectiva de divisão desta aliança em
Pernambuco. Porque na medida em que existe a candidatura da presidente Dilma e
a candidatura do PSB você terá necessariamente dois palanques em Pernambuco.
Portanto, este situação está condicionada pelos movimentos do PSB. Agora, eu
volto a dizer, eu considero este movimento legítimo. O PSB tem o direito de
buscar os seus próprios caminhos e de se afirmar no plano nacional como uma
força emergente, uma força nova. E tenho dito que do mesmo modo que o PSB
reivindica esta liberdade e se coloca de forma legítima, em Pernambuco não há
nenhuma razão para que os partidos daqui da base também não postulem e não
busquem os seus próprios espaços”.
“Uma candidatura só
existe quando ela é capaz de aglutinar outras forças”
Armando Monteiro – “Ninguém é candidato de si próprio. Eu
sempre digo que nunca escondi isto, porque não sou daqueles políticos que ficam
usando as palavras para esconder o pensamento. Nós sempre trabalhamos com esta
perspectiva, desejamos servir a Pernambuco, acumulamos ao longo do tempo uma
experiência no setor privado, no setor público, no Congresso Nacional.
Evidentemente o nosso nome está à disposição desses partidos, desse conjunto,
para que ele possa ser examinado. Uma candidatura só existe quando você
constrói alianças, quando em torno dela você pode reunir outras forças
políticas. O PTB tem esta pretensão, legitimamente coloca-se neste processo,
mas uma candidatura só existe quando ela é capaz de aglutinar outras forças.
Portanto, esta candidatura ainda não existe. Nós vamos continuar a caminhar com
a convicção de que precisamos somar com outras forças para poder viabilizar este
projeto”.
Crédito
da foto: Alexandre Albuquerque/divulgação
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