Bogotá - A explosão de um carro-bomba, hoje (15), deixou
nove pessoas feridas no norte do departamento colombiano de Cauca. As Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que tem forte presença na região,
não reconheceram a autoria, embora o governo responsabilize a Sexta Frente das
Farc pelo atentado.O carro-bomba foi detonado próximo a uma ponte sobre o Rio
Mandivá, a 12 quilômetros da cidade de Santander de Quilichao. Além dos
feridos, entre eles quatro crianças, a explosão destruiu dez casas. Segundo a
polícia, o carro usado, um Land Rover, explodiu às 2h da madrugada (4h no
horário de Brasília).
No ano passado a guerrilha foi responsabilizada por
atentados que destruíram duas pontes em localidades próximas à explosão desta
terça-feira.
Santander de Quilichao fica a uma hora de Toribio, cidade
visitada pela reportagem da Agência Brasil em junho. A região tem grande
presença de índios da etnia Nasa e foi alvo de mais de 600 ataques da guerrilha
nos últimos dez anos.
Além de viver sob constante fogo cruzado entre o Exército e
a guerrilha, Santander de Quilichao e cidade de Toribio, também na região,
ficam em uma área de cultivos de drogas ilícitas, como a maconha e a coca.
Outro problema enfrentado é o recrutamento de crianças para o conflito.
As Farc e o governo do país negociam o fim do conflito
armado desde outubro do ano passado, mas a demora no fechamento de acordos
parciais tem levado a opinião pública do país a não confiar no processo.
Apesar disso, houve um acordo parcial sobre o tema agrário,
o primeiro item dos cinco acertados para a pauta negociada. O governo e a
guerrilha negociam, desde maio, mas ainda sem sucesso, o segundo ponto da
agenda, que trata da participação política das Farc, caso um acordo de paz seja
fechado.
No último fim de semana (14), a mesa negociadora encerrou a
décima quinta rodada de conversações, em Havana, capital de Cuba, sem conseguir
firmar um acordo sobre o tema. O governo acusa a guerrilha de negociar em um ritmo
mais lento que o habitual. As Farc, entretanto, alegam que necessitam de tempo
para o processo.
Os negociadores do governo e da guerrilha não descartam a
possibilidade de as negociações serem interrompidas durante o período
eleitoral. As eleições presidenciais estão previstas para maio do ano que vem.
Fonte: Agência Brasil
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