Do Diário de Pernambuco
O primeiro passo para um futuro no qual residentes das
grandes cidades brasileiras poderão usar os smartphones para planejar
itinerários com carros compartilhados será dado no Recife. A capital
pernambucana vai ser a primeira cidade do país a implementar um sistema de
carros de aluguel, nos moldes das bikes, para viagens de curta e média
distância. O serviço funcionará através do projeto PortoLeve e deve ter início
em maio. Até lá, o Porto Digital, que responde pela ação, realiza estudos de
trajeto e de custo que vão definir o tempo de uso dos veículos e o valor diário
ou mensal a ser pago pelos usuários.
Inicialmente, o objetivo era colocar carros elétricos nas
ruas para serem usados pela população. Como o carro elétrico ainda não tem
legislação específica para circulação nas vias de grandes cidades nem é
ofertado em concessionárias no país, o Porto Digital optou por tirar o projeto
do papel com veículos movidos a gasolina e a álcool. A ideia é migrar para os
elétricos no segundo semestre deste ano, quando deve sair a regulamentação do
uso desses veículos nos país. Serão disponibilizados três carros modelo Fiat
500 para serem compartilhados. A cor do carro ainda não foi definida, mas ele
terá a identidade visual do PortoLeve, usada nas bicicletas do projeto. Cada
veículo vai transportar até quatro pessoas.
“Devemos trocar pelo próprio Fiat 500 elétrico até o fim do
ano”, informou o diretor de Inovação e Competitividade do Porto Digital,
Guilherme Calheiros. Os carros foram cedidos em comodato (empréstimo sem ônus)
pela Fiat. Os recursos do projeto vêm do governo do estado e do Ministério da
Ciência e Tecnologia. “O orçamento do sistema ainda está sendo fechado, por
isso não sabemos o valor que será cobrado ao usuário. Além disso, estamos
realizando estudos para definir o tempo de uso de cada carro, que deve variar
entre 30 e 60 minutos”, completou a gerente de projetos do Porto Digital,
Cidinha Gouveia. Caso ultrapasse esse tempo, será cobrado um valor adicional
para cada meia hora excedente.
Os carros poderão ser retirados e devolvidos em seis
estações: em frente ao C.E.S.A.R., perto do prédio do Porto Digital, no Bairro
do Recife; na Estação Central do Recife, no bairro de São José, na Rua Capitão
Lima, em Santo Amaro e nos shoppings RioMar e Tacaruna. “A lógica da liberação
será a mesma das bicicletas. Como é pioneiro no país, vamos testar se o sistema
de carros é viável e se ele será bem assimilado pela população”, pontuou
Calheiros. Segundo ele, a expectativa é atrair 200 usuários na fase inicial.
Adepto das bicicletas partilhadas, o engenheiro de sistemas
Henrique Foresti, 36, espera o lançamento do projeto. “Um dos grandes problemas
da mobilidade do Recife é a quantidade de carros com uma pessoa dentro.
Acredito que esse serviço será positivo”. Com o tempo, o modelo recifense
poderá ser “exportado” para outras cidades do país. “O objetivo é diminuir o
número de carros nas ruas, principalmente do Bairro do Recife”, ressaltou
Calheiros.
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