Com encenação
teatral, música e grupo de dança, a Escola Municipal São Sebastião da cidade de
Brejinho realizou na última sexta-feira (25), o projeto O Fantástico Mundo do
Sítio do Pica-Pau Amarelo. A iniciativa tem como objetivo o incentivo a leitura
e a cultura, o evento foi realizado na quadra poliesportiva José Laíres do Nascimento Rocha.
Organização:
Bibliotecários Gestão 2014.
Quem foi Monteiro Lobato?
Monteiro
Lobato (1882-1948) foi um escritor brasileiro. "O Sitio do Picapau
Amarelo" é uma de suas obras de maior destaque na literatura infantil. Foi
um dos primeiros autores de literatura infantil em nosso país e em toda América
Latina. Tornou-se editor, criando a "Editora Monteiro Lobato" e mais
tarde a "Companhia Editora Nacional". Metade de suas obras é formada
de literatura infantil.
Monteiro
Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882.
Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato.
Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os
livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé. Desde menino
já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se
recusou fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Estudou
no Instituto de Ciências e Letras de São Paulo.
Registrado
com o nome de José Renato Monteiro Lobato, resolveu mudar de nome, pois queria
usar uma bengala, que era de seu pai, que havia falecido no dia 13 de junho de
1898. A bengala tinha as iniciais J.B.M.L gravadas no topo do castão, então
mudou de nome, passou a se chamar José Bento, assim as suas iniciais ficavam
iguais às do pai.
Ingressou na
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, em 1904. Na festa de
formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos
se retiraram da sala. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso
para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do
Parnaíba, no ano de 1907.
Monteiro
Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com ela
teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916).
Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas,
fazia desenhos e caricaturas. Ficou em Areias até 1911, quando muda-se para
Taubaté, para a fazenda Buquira, deixada como herança pelo seu avô.
No dia 12 de
novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada
à redação, intitulada "Velha Praga", onde destaca a ignorância do
caboclo, criticando as queimadas e que a miséria tornava incapaz o
desenvolvimento da agricultura na região. Sua carta foi publicada e causou
grande polêmica. Mais tarde, publica novo artigo "Urupês", onde
aparece pela primeira vez o personagem "Jeca Tatu".
Em 1917
vende a fazenda e vai morar em Caçapava, onde funda a revista
"Paraíba". Nos 12 números publicados, teve como colaboradores Coelho
Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da
literatura. Muda-se para São Paulo, onde colabora para a "Revista do
Brasil". Em seguida compra a revista e a transforma em editora. Publica em
1917, seu primeiro livro "Urupês", que esgota sucessivas tiragens.
Transforma a Revista em centro de cultura e a editora numa rede de distribuição
com mais de mil representantes.
No dia 20 de
dezembro de 1917, publica no jornal O Estado de São Paulo, um artigo intitulado
"Paranoia ou Mistificação?", onde critica a exposição de Anita
Malfatti, pintora paulista recém chegada da Europa. Estava criada uma polêmica,
que acabou se transformando em estopim do movimento modernista.
Monteiro
Lobato, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira, funda a "Companhia
Gráfico-Editora Monteiro Lobato". Com o racionamento de energia, a editora
vai à falência. Vendem tudo e fundam a "Companhia Editora Nacional".
Lobato muda-se para o Rio de Janeiro e começa a publicar livros para crianças.
Em 1921 publica "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as
escolas. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as
aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do
"Sítio do Picapau Amarelo". Em 1927 é nomeado, por Washington Luís,
adido comercial nos Estados Unidos, onde permanece até 1931.
Como
escritor literário, Lobato destacou-se no gênero "conto". O universo
retratado, em geral são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Parnaíba,
quando da crise do plantio do café. Em seu livro "Urupês", que foi
sua estreia na literatura, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu",
símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Picapau
Amarelo", e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia,
Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma
linguagem coloquial e acessível.
O livro
"Caçadas de Pedrinho", publicado em 1933, que faz parte do Programa
Nacional Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação, está sendo
questionado pelo movimento negro, por conter "elementos racistas". O
livro relata a caçada a uma onça que está rondando o sítio. "É guerra e
das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Anastácia, que tem cara preta".
José Renato
Monteiro Lobato morreu no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.
Obras de Monteiro Lobato
Idéias de
Jeca Tatu, conto, 1918
Urupês,
conto, 1918
Cidades
Mortas, conto, 1920
Negrinha,
conto, 1920
O Saci,
literatura infantil, 1921
Fábulas de
Narizinho, literatura infantil, 1921
Narizinho
Arrebitado, literatura infantil, 1921
O Marquês de
Rabicó, literatura infantil, 1922
O Macaco que
se fez Homem, romance, 1923
Mundo da
Lua, romance, 1923
Caçadas de
Hans Staden, literatura infantil, 1927
Peter Pan,
literatura infantil, 1930
Reinações de
Narizinho, literatura infantil, 1931
Viagem ao
Céu, literatura infantil, 1931
Caçadas de
Pedrinho, 1933
Emília no
País da Gramática, literatura infantil, 1934
História das
Invenções, literatura infantil, 1935
Memórias da
Emília, literatura infantil, 1936
Histórias de
Tia Nastácia, literatura infantil, 1937
Serões de
Dona Benta, literatura infantil, 1937
O Picapau
Amarelo, literatura infantil, 1939
Fábulas de Monteiro Lobato
O Cavalo e o
Burro
A Coruja e a
Águia
O Lobo e o
Cordeiro
O Corvo e o
Pavão
A Formiga Má
A Garça
Velha
As Duas
Cachorras
O Jaboti e a
Peúva
O Macaco e o
Coelho
O Rabo do
Macaco
Os Dois
Burrinhos
Os Dois
Ladrões
A caçada da
Onça
Jeca Tatu
É no livro
"Urupês", que Monteiro Lobato retrata a imagem do caipira brasileiro,
onde destaca a pobreza e a ignorância do caboclo, que o tornava incapaz de
auxiliar na agricultura. O Jeca Tatu é um flagrante do homem e da paisagem do
interior. O personagem se tornou um símbolo nacionalista utilizado por Rui Barbosa
em sua campanha presidencial de 1918. Na 4ª edição do livro, Lobato pede
desculpas ao homem do interior.
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