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Caravana começa com visita à Barragem de Brotas, em Afogados da
Ingazeira |
Para comemorar a XII Semana Nacional do Meio Ambiente,
organizações da sociedade civil, sindicatos rurais, universidade e agricultores
e agricultoras da região promoveram mais uma Caravana em Defesa do Rio Pajeú.
Foram dois dias de caminhada, 26 e 27 de junho, com o
objetivo de mapear os principais impactos ambientais na calha e bacia do rio,
que nasce na Serra da Balança em Brejinho e corta mais dez municípios
sertanejos.
O Riacho do Navio – eternizado na canção de Luiz Gonzaga –
vem há décadas sofrendo acelerado processo de degradação, fruto do
desenvolvimento descontrolado, crescimento das populações urbanas e falta de
conscientização ecológica e recursos financeiros das famílias ribeirinhas.
A Caravana percorreu trechos do rio entre a Barragem de Brotas
(Afogados) e a nascente em Brejinho, passando pelos municípios de Ingazeira,
São José do Egito e Tuparetama, no Alto Pajeú. “A ideia é resgatar a história
do rio, conhecer os impactos sofridos e os potenciais que o rio tem”, explica
Afonso Cavalcanti, representante da Diaconia.
Foram detectados pontos críticos com avançados processos de
erosão, assoreamento, substituição da mata ciliar por algarobas, salinização do
solo, cercas de arame, criação indevida de animais e deposição de dejetos, além
de mais um barramento de grande porte, a Barragem de Ingazeira, que alagará
1510 hectares de terra, atingindo cerca de 400 famílias ribeirinhas.
Professor de Agronomia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE), Genival Barros, alerta para os sinais de desertificação e
impactos da barragem de Ingazeira. “O que vemos hoje nos preocupa em relação ao
uso do solo da bacia, que é rica em produção de água, mas tem fragilidades, uma
vez que o rio é intermitente, só tem água quando chove. Isso afeta a barragem
de Ingazeira, que se transformará numa imensa lâmina de água, não resistindo à
estiagem como outros barramentos. Além disso, identificamos áreas em processo
de desertificação, e sem vegetação nativa nas margens, o rio não sobrevive, por
isso é necessário minimizar ao máximo os impactos da barragem”, disse.
Após a Caravana, o
próximo passo é fazer um relatório com as informações colhidas e entregar ao
Ministério Público de Pernambuco, em roda de diálogo, no dia 08 de julho, com
solicitação de termos de ajustamento de conduta. Há ainda a possibilidade da
elaboração de um projeto de minimização dos principais impactos sofridos pelo
rio.
Por Juliana Lima – Assessoria de Comunicação do
Cecor
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Curral de animais localizado praticamente dentro da Barragem de Brotas |
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Erosão da margem, assoreamento e invasão de algarobas em trecho do rio
na comunidade de Bezerros, Afogados da Ingazeira |
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Confluência do Pajeú com o Rio do Cedro, Afogados da Ingazeira |
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Invasão de algarobas e assoreamento formam ilhas no leito do rio
impedindo o escoamento da água |
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Trecho em avançado processo de desertificação |
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Solo castigado pela erosão |
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Professor Genival Barros, da UAST, explica o processo de erosão e
assoreamento na calha do Pajeú |
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Canteiro de obras da Barragem de Ingazeira - Não há projeto concreto de
revitalização e conservação de área verde no entorno da barragem |
Caravana relata os principais impactos identificados ao longo do Rio Pajeú
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Caravana visita canteiro de obras da Barragem de Ingazeira e conversa
com representante do DNOCS |
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