A vegetação da Caatinga, em municípios pernambucanos do
Sertão do Pajeú, vem sofrendo ações de desmatamento intenso diariamente.
Entidades não governamentais se uniram ao bispo da Diocese de Afogados da
Ingazeira, Dom Egídio Bisol, na região afetada, para combater a extração
irregular de madeira no bioma e exigir do governo uma fiscalização permanente.
“Cerca de 15 ONGs se uniram para formar o grupo Fé e
Política e atuar na conscientização ecológica da população no município”,
explicou Dom Egídio Bisol. O grupo enviou uma carta oficial ao governo do
Estado, no último mês, para tentar solucionar o problema do desmatamento na
área.
Na semana passada, a Agência Estadual de Meio Ambiente
(CPRH), através da Setor de Fiscalização Florestal (UFF), abordou 20 caminhões
que transportavam lenha nativa e resgatou 289 animais silvestres criados em
cativeiro de forma ilegal. A ação foi realizada em Sertânia, Afogados da
Ingazeira, Ingazeira, Flores, Carnaíba, Tuparetama, Quixaba e Arcoverde, no
Sertão.
Segundo Bisol, a operação já é resultado da pressão da
população do Pajeú para aumentar a fiscalização no lugar. “A grande retirada de
madeira é destinada à produção de carvão e cerâmica”, falou. “Lutamos por uma
ação constante para preservar o bioma da Caatinga. Uma fiscalização esporádica
não é o suficiente”, disse.
Bisol informou que foram contabilizados cerca de 70
caminhões transportando lenha da Caatinga sem fiscalização ou controle das
autoridades, semanalmente. “Totalizamos uma média semanal de 140 veículos
levando toras clandestinas da vegetação nativa, já que muitos geralmente fazem
duas viagens nesse período”, afirmou o bispo.
A pesquisa foi realizada pelo Sindicato de Trabalhadores
Rurais de Afogados da Ingazeira. A entidade analisou a situação de quatro
municípios no Sertão do Pajeú: São José do Egito, Afogados da Ingazeira,
Iguaraci e Tuparetama. No estudo, foi constatada a retirada irregular de vários
tipos de árvores nordestinas, a exemplo de braúna, catingueira, juazeiro,
angico e umbuzeiro.
“Essa avaliação com certeza está muito aquém da realidade.
Sabemos que é uma análise geral. A situação é muito mais grave”, afirmou Egídio
Bisol.
A CPRH anunciou que possui um planejamento de fiscalização
em todas as regiões do Estado. De acordo com o órgão, as operações são
realizadas conforme a programação ou diante de demandas da ouvidoria. As
denúncias sobre crimes ambientais podem ser feitas pelo número: (81) 3182-8923.
Fonte: blogdoluizcarlos.com.br
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