Por Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
A crise econômica nacional não atinge apenas o Palácio do
Campo das Princesas. As prefeituras pernambucanas também sofrem o impacto da
falta de perspectiva das contas do Governo Federal. A situação afeta de maneira
mais profunda municípios de pequeno porte que não possuem receita própria e
dependem da União para manter a prestação de serviços básicos. O presidente da
Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota (PSB), relata que
“quase todos” os programas federais estão com atraso no repasse de verbas,
sufocando as gestões municipais. O dirigente critica que já há um
subfinanciamento dos programas federais que, segundo ele, sobrecarregam os
municípios.
“Desde o ano passado, o atraso dos repasses federais é
constante. Quando paga um, falta outro. Estamos com programas na área de saúde
e educação sem regularidade. Os recursos para construção de obras também”,
adiantou Patriota. Para o dirigente, as cobranças sobre o atraso de repasses
federais acabam caindo nas costas, justamente, dos prefeitos. “O povo não quer
saber do Governo Federal e seus problemas, quer cobrar a prefeitura que está
próxima do povo”, lamentou.
Segundo informações fornecidas pelo município, somente a
Prefeitura de Afogados da Ingazeira sofre com o atraso de quase R$ 1 milhão de
repasses de programas federais nas áreas de Assistência Social, Educação e
Saúde. Muitos programas estão paralisados, prejudicando a população da cidade.
É o caso de projetos como o Mais Educação (que prejudicou mil alunos com
paralisação das obras), Cultura na Escola e Dinheiro Direto na Escola. Já
programas como Escola Sustentável e Atleta na Escola não possuem nem mesmo
previsão de retomada para 2015. São R$ 453.091,67 travados no Palácio do
Planalto.
O atraso da parcela de abril do programa de Agente
Comunitário de Saúde está obrigando a gestão municipal a pagar os funcionários
com recursos próprios para não prejudicar os trabalhadores. Outros projetos
como Academia da Saúde, NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), PMAQ (Programa
de Melhoria da Qualidade na Assistência em Saúde), Saúde bucal, Piso da Atenção
Básica Variável, CEO (Centro de Especialidades Odontológicas), CEO/Rede Viver
sem Limites, CTA/SAE (Centro de testagem e aconselhamento e serviço de
atendimento especializado a pacientes com DST’s e Hepatites) e Vigilância em
saúde também estão com o pagamento de abril atrasado e sobrevivem com o aporte
da prefeitura.
Vitrine da gestão do PT, as despesas de custeio e manutenção
do Bolsa Família acumulam oito meses de atraso no município. Já o salário dos
servidores do programa está seis meses atrasado. A soma gera um desfalque total
de R$ 102.726,00. O prefeito José Patriota lamenta a situação. “As prefeituras
bancam a maior parte dos gastos dos programas que o governo federal criou e
agora o pequeno repasse que a União faz está atrasando”, disparou.
Fonte: www.folhape.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.