07/11/2017

SEMAS CONCLUI AÇÕES DO PROJETO DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO NO ESTADO


O Governo de Pernambuco através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) está mudando a realidade de cerca de 400 familias de 12 municípios, escolhidos pela proximidade das zonas de amortecimento de Unidades de Conservação do bioma Caatinga em implantação, através do Projeto de Implantação de Módulos de Manejo Sustentável da Agrobiodiversidade para o Combate à Desertificação no Semiárido Pernambucano, desenvolvido em parceria com o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas/Ministério do Meio Ambiente.

O projeto começou a ser desenvolvido em 2011 e prevê ações distribuídas em cinco eixos: segurança hídrica, com a construção de poços e sistemas simplificados de abastecimento; segurança alimentar, com a criação de 12 unidades produtivas, distribuídas de acordo com a aptidão das comunidades; segurança energética, com a construção de 338 fogões ecológicos;saneamento básico, com a construção de  298 banheiros com fossa e capacitações foram realizadas 36 capacitações para agricultores e professores e gestores públicos dos municípios.

Esse projeto foi premiado em 2014 com o Prêmio Dryland Champions, concedido pela United Nations Convention to Combat Desertification (UNCCD)/ONU), por meio do Ministério do Meio Ambiente, por fazer parte essencial do combate à degradação do solo e à desertificação para o convívio com o semiárido. Pernambuco possui cerca de 80% do seu território no clima semiárido, dos 184 municípios, 122 estão em áreas que vem sofrendo degradação ambiental progressivamente. Foram beneficiadas 30 famílias em 12 comunidades atendidas, entre elas:  Sítio Dois Irmãos, em Afrânio; Comunidade Jatobá, em Cabrobó; Sítio do Rosário, em Exu;  Sítio São Gonçalo, em Floresta; Almirante/Vista Alegre, em Parnamirim; Sítio Estreito, em Santa Maria da Boa Vista; Sítio Onça, em  São Caetano; Serra do Catolé, em São José do Belmonte; Lajinha, em Serra Talhada;  Serrote do Teles, em Serrita; Sítio Carro Quebrado, em Triunfo e Serra da Matinha, em Carnaíba.

O gerente do Programa do Semiárido, Caatinga e Combate à Desertificação da Semas, Sérgio Mendonça, revela a importância da mudança na vida dessas pessoas com a conclusão de etapas do projeto. “O projeto tem como objetivo integrar ações que envolvem água, geração de renda, segurança energética, saneamento e formação, por meio das capacitações nas comunidades tornando-as sustentáveis e visando impactar o mínimo possível a caatinga, como também estabelecendo uma relação de parceria e respeito com as unidades de conservação”, revela Sérgio Mendonça.

Na comunidade de Lajinha, em Serra Talhada, por exemplo, foi montado dois sistemas simplificados de abastecimento de água, que enche duas caixas d`água com capacidade de 10 e 5  mil litros e atende a comunidade de acordo com a necessidade dos moradores. Em São Caetano, 30 famílias, da Comunidade Sítio Onça, já estão  cozinhando nos fogões ecológicos, que utiliza uma câmara de combustão que distribui e aproveita melhor o calor, necessitando de pouca lenha para atender o processo de cozimento dos alimentos.

Na questão de segurança alimentar foram estabelecidas a implantação de Arranjos Produtivos Locais, que foram escolhidos de acordo com a aptidão das 12 comunidades atendidas. Em Carnaíba, Parnamirim e Serrita foram desenvolvidas ações de beneficiamento do mel e derivados, com a construção da casa do mel e a aquisição dos equipamentos. A iniciativa vai agregar valor ao produto que será comercializado pela comunidade.

Em Floresta, Santa Maria da Boa Vista e São Caetano, cada uam das 30 famílias da comunidade beneficiada recebeu 2 fêmeas de duas raças devidamente pesquisadas para a região. Também foram entregues um reprodutor de cada raça em cada comunidade atendida, que será de responsabilidade do presidente da associação da comunidade. Ao todo foram 186 animais, sendo 180 fêmeas (120 ovinos e 60 caprinos) e 6 machos (4 ovinos e 2 caprinos), das raças Boer, Anglo-Nubiano, Dorper e Santa Inês. As comunidades dos municípios de Afrânio, Exu e Serra Talhada escolheram a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). PAIS são sistemas dentro da propriedade com galinheiro no centro e cultura circular com hortas irrigadas ao redor.

“Quando criamos Unidades de Conservação é importante o envolvimento da população local e esse projeto insere as pessoas no cuidado e proteção dessas áreas, proporcionando um novo olhar e uma nova perspectiva de renda sem agressão aos recursos naturais, de forma totalmente inclusiva e isso é sustentabilidade”, diz o Gerente Geral de Desenvolvimento Sustentável da Semas, Paulo Teixeira.

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