O Governo de Pernambuco através da Secretaria Estadual de
Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) está mudando a realidade de cerca de
400 familias de 12 municípios, escolhidos pela proximidade das zonas de
amortecimento de Unidades de Conservação do bioma Caatinga em implantação,
através do Projeto de Implantação de Módulos de Manejo Sustentável da
Agrobiodiversidade para o Combate à Desertificação no Semiárido Pernambucano,
desenvolvido em parceria com o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas/Ministério
do Meio Ambiente.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2011 e prevê ações
distribuídas em cinco eixos: segurança hídrica, com a construção de poços e
sistemas simplificados de abastecimento; segurança alimentar, com a criação de
12 unidades produtivas, distribuídas de acordo com a aptidão das comunidades;
segurança energética, com a construção de 338 fogões ecológicos;saneamento
básico, com a construção de 298
banheiros com fossa e capacitações foram realizadas 36 capacitações para
agricultores e professores e gestores públicos dos municípios.
Esse projeto foi premiado em 2014 com o Prêmio Dryland
Champions, concedido pela United Nations Convention to Combat Desertification
(UNCCD)/ONU), por meio do Ministério do Meio Ambiente, por fazer parte
essencial do combate à degradação do solo e à desertificação para o convívio
com o semiárido. Pernambuco possui cerca de 80% do seu território no clima
semiárido, dos 184 municípios, 122 estão em áreas que vem sofrendo degradação
ambiental progressivamente. Foram beneficiadas 30 famílias em 12 comunidades
atendidas, entre elas: Sítio Dois
Irmãos, em Afrânio; Comunidade Jatobá, em Cabrobó; Sítio do Rosário, em
Exu; Sítio São Gonçalo, em Floresta;
Almirante/Vista Alegre, em Parnamirim; Sítio Estreito, em Santa Maria da Boa
Vista; Sítio Onça, em São Caetano; Serra
do Catolé, em São José do Belmonte; Lajinha, em Serra Talhada; Serrote do Teles, em Serrita; Sítio Carro
Quebrado, em Triunfo e Serra da Matinha, em Carnaíba.
O gerente do Programa do Semiárido, Caatinga e Combate à
Desertificação da Semas, Sérgio Mendonça, revela a importância da mudança na
vida dessas pessoas com a conclusão de etapas do projeto. “O projeto tem como
objetivo integrar ações que envolvem água, geração de renda, segurança
energética, saneamento e formação, por meio das capacitações nas comunidades
tornando-as sustentáveis e visando impactar o mínimo possível a caatinga, como
também estabelecendo uma relação de parceria e respeito com as unidades de
conservação”, revela Sérgio Mendonça.
Na comunidade de Lajinha, em Serra Talhada, por exemplo, foi
montado dois sistemas simplificados de abastecimento de água, que enche duas
caixas d`água com capacidade de 10 e 5
mil litros e atende a comunidade de acordo com a necessidade dos
moradores. Em São Caetano, 30 famílias, da Comunidade Sítio Onça, já estão cozinhando nos fogões ecológicos, que utiliza
uma câmara de combustão que distribui e aproveita melhor o calor, necessitando
de pouca lenha para atender o processo de cozimento dos alimentos.
Na questão de segurança alimentar foram estabelecidas a
implantação de Arranjos Produtivos Locais, que foram escolhidos de acordo com a
aptidão das 12 comunidades atendidas. Em Carnaíba, Parnamirim e Serrita foram
desenvolvidas ações de beneficiamento do mel e derivados, com a construção da
casa do mel e a aquisição dos equipamentos. A iniciativa vai agregar valor ao
produto que será comercializado pela comunidade.
Em Floresta, Santa Maria da Boa Vista e São Caetano, cada
uam das 30 famílias da comunidade beneficiada recebeu 2 fêmeas de duas raças
devidamente pesquisadas para a região. Também foram entregues um reprodutor de
cada raça em cada comunidade atendida, que será de responsabilidade do
presidente da associação da comunidade. Ao todo foram 186 animais, sendo 180
fêmeas (120 ovinos e 60 caprinos) e 6 machos (4 ovinos e 2 caprinos), das raças
Boer, Anglo-Nubiano, Dorper e Santa Inês. As comunidades dos municípios de
Afrânio, Exu e Serra Talhada escolheram a Produção Agroecológica Integrada e
Sustentável (PAIS). PAIS são sistemas dentro da propriedade com galinheiro no
centro e cultura circular com hortas irrigadas ao redor.
“Quando criamos Unidades de Conservação é importante o
envolvimento da população local e esse projeto insere as pessoas no cuidado e
proteção dessas áreas, proporcionando um novo olhar e uma nova perspectiva de
renda sem agressão aos recursos naturais, de forma totalmente inclusiva e isso
é sustentabilidade”, diz o Gerente Geral de Desenvolvimento Sustentável da
Semas, Paulo Teixeira.
Fonte: www.pe.gov.br/blog
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