Diante da volatilidade no preço do gás de cozinha, que afeta
o setor produtivo e, sobretudo, o cidadão, o deputado federal Danilo Cabral
(PSB) apresentou um projeto de lei que estabelece novas regras para o reajuste
de preço do produto. As correções, pela proposta, seriam realizadas somente uma
vez ao ano, com divulgação em dezembro, e o índice definido pelo Conselho
Nacional de Política Energética (CNPE), submetido à consulta pública com no
mínimo de trinta dias de antecedência à sua publicação no Diário Oficial da
União.
Danilo Cabral defende que o reajuste do gás para uso
residencial siga o modelo adotado por outras tarifas públicas, como a do
transporte público e da energia elétrica, que têm anualidade e transparência.
“Além de várias tarifas públicas que têm reajustes anuais, o salário mínimo é
reajustado uma vez por ano. Não podemos ter dois pesos e duas medidas. Quando é
para corrigir salário do trabalhador, é uma só vez ao ano, mas quando é para
aumentar o preço do gás é todo mês”, criticou.
O deputado destaca que os reajustes anuais das tarifas
públicas e do salário mínimo permitem que a população e o setor produtivo se
planejem e tenham segurança para atravessar o ano. “Em um país onde 50% dos
trabalhadores recebem por mês, em média, 15% menos que o salário mínimo,
segundo o IBGE, e existem 15 milhões de desempregados, não é razoável uma
elevação de mais de 65% do gás em menos de um ano”, acrescentou.
Além disso, Danilo Cabral afirmou que o cidadão tem o
direito de saber, de forma transparente, como são feitos os cálculos que levam
ao índice de reajuste. “Não pode ser apenas apresentado o aumento sem abrir a
caixa preta dos números”, diz. Por isso, no texto do projeto de lei, está
prevista a submissão do índice à consulta popular, através de audiências
públicas.
Os reajustes no preço do gás, na avaliação do parlamentar,
também se tornaram uma questão de saúde pública. O Hospital da Restauração,
referência em queimados em Pernambuco, tem 60% dos pacientes vítimas do uso de
gás clandestino ou de álcool de posto de gasolina para cozinhar. “Isso é fruto
da política que foi implantada pelo governo Temer, através da pasta do ministro
Fernando Filho (Minas e Energia), que tem a lógica de atender apenas o mercado.
A nova política de preços da Petrobras em julho deste ano
estabeleceu novas regras para os reajustes baseados na cotação de mercados
internacionais, passando a ser influenciada pela conjuntura externa e pela
variação do câmbio. Com isso, houve aumentos expressivos sobre os valores do
botijão de gás para uso residencial comercializados em todo país. Há cidades
que o valor supera R$ 80.
O projeto de lei de Danilo Cabral trata apenas sobre o gás
de cozinha, mas o acúmulo de aumentos nos preços dos combustíveis, de julho a
dezembro, segundo ele, revela a necessidade de rediscutir política energética
do Brasil. “É um assunto que que está na ordem do dia e nós precisamos trazer a
sociedade para esse debate, porque quem está sofrendo com as decisões tomadas
pelo Governo Temer são os setores mais vulneráveis da população brasileira”,
destacou. A gasolina e o diesel, por exemplo, sofreram reajustes de 16% e 15%
respectivamente.
“O governo anunciou que pode rever a metodologia adotada
atualmente. Esperamos que isso seja feito não apenas para atender o mercado,
mas também o cidadão. Afinal, o trabalhador brasileiro paga uma altíssima taxa
tributária e, como retorno, deve ter a prestação de serviços públicos de
qualidade na educação, na saúde, na segurança pública, na assistência social.
Mas o que estamos assistindo é a continuada retirada de direitos”, finalizou.
Foto: Chico Ferreira
Fonte: Assessoria de
Comunicação - Deputado Federal Danilo Cabral (PSB-PE)
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