08/02/2018

TEMPERATURA MÁXIMA ESTÁ DOIS GRAUS ACIMA DA MÉDIA NO RECIFE E REGIÃO METROPOLITANA



A constatação popular de altas temperaturas nas últimas semanas é ratificada por especialistas: de fato, está mais quente. São quase dois graus acima do normal. A explicação técnica para a onda de calor que assola o Recife e a Região Metropolitana é, segundo a meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) Zilurdes Lopes, a incidência de dois fenômenos climáticos chamados vórtice ciclônico de ar superior e crista. O primeiro atuou durante o mês de janeiro e o segundo vem aumentando as temperaturas no início de fevereiro.

Para quem vai cair na folia, a especialista explica que o calor deve ser amenizado pelas chuvas previstas para os próximos dias. “A partir desta quinta (8), há previsão de chuva para a região, que segue na sexta e sábado no Recife, RMR e Zona da Mata”, disse.

Vórtice ciclônico de ar superior e crista
Os dois fenômenos atuam de maneiras parecidas e há épocas em que agem de forma favorável para a formação das nuvens de chuva, mas isso não aconteceu este ano. “Os meses mais quentes historicamente na região são os do período entre novembro a março, quando a temperatura máxima média fica em torno dos 30ºC. A média de janeiro ficou quase dois graus acima do normal e a de fevereiro aproximadamente 1,5º C, em torno de 31,5 a 32º C”, explicou Zilurdes.


No primeiro mês do ano, a RMR ficou sob o centro do vórtice, que geralmente inibe as nuvens de chuva facilitadas pela parte oeste. Nestes primeiros dias de fevereiro, a crista, fenômeno que atua igual ao centro do vórtice, impede as chuvas e aumenta a sensação de calor. “A umidade alta e o pouco vento característicos das regiões litorâneas ainda aumentam a sensação de calor”, disse a meteorologista.

“As áreas que estão sob o centro do vórtice geralmente ficam sob subsidência, quando o movimento do ar vem de cima pra baixo. As nuvens de chuva ficam mais raras. O céu fica mais azul e com menos nuvens e a radiação entra mais facilmente, logo a temperatura aumenta”, detalhou.

Cuidados com a saúde

Para amenizar os danos à saúde causados pelas altas temperaturas, é fundamental manter o corpo hidratado com água, vitaminas, sucos naturais, e isotônicos. Isso pode evitar problemas como insolação, mal estar, tonturas e desmaios. A exposição ao sol em horários de maior incidência, entre 10h e 16h, deve ser evitada. O uso de protetor solar, óculos de sol, bonés e chapéus é recomendado por especialistas.


Quem vai acompanhar o desfile do Galo da Madrugada, por exemplo, deve se preocupar com a longa exposição ao sol. No sábado (10), o índice ultravioleta deve chegar a 13, considerado extremo segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). As temperaturas devem variar entre 24° C e 29° C. “É importante usar protetor solar, bonés e sombrinhas”, afirma o meteorologista da Apac, Fabiano Prestrelo.

No meio de uma aglomeração de pessoas como a do desfile do Galo, a sensação términa pode ultrapassar os 40° C. Para chegar a esse cálculo, Prestrelo explica que duas fórmulas são utilizadas: a primeira considera a temperatura e a umidade relativa. A segunda, a Wind Chill, calcula com base na temperatura e na velocidade do vento. Considerando a temperatura máxima já registrada num mês de fevereiro, que é a de 33°C, a maior umidade do ar aferida no mesmo período, de 92%, e a velocidade do vento, que, em média, é de 7,2 km/h na região, a sensação térmica chegaria a 44° C.

“A umidade relativa é algo que intensifica a sensação térmica. E o vento é algo que ameniza. Quanto maior a umidade, mais difícil é de haver a evaporação do suor, e é mais difícil de resfriar o corpo”, explica o meteorologista.

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