Entrevista do ex-presidente está prevista para acontecer nesta sexta-feira (26) em Curitiba - Foto: Agência Brasil |
Após a Polícia Federal autorizar, nesta quinta-feira (25), a
presença de jornalistas de outros veículos de comunicação em uma entrevista com
o ex-presidente Lula, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo
Lewandowski decidiu proibir a presença de jornalistas que não sejam da Folha de
S.Paulo e do jornal El País. A entrevista está prevista para acontecer nesta
sexta-feira (26), às 10h, em Curitiba.
Os dois veículos conseguiram autorização para encontrar com
o petista por meio de uma solicitação feita e, anteriormente negada pela
Justiça Federal do Paraná, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao organizar a entrevista com Lula, o superintendente da PF
no Paraná, Luciano Flores Lima, decidiu autorizar a presença de outros
jornalistas no encontro porque é necessário respeitar os "direitos
constitucionais relativos ao livre exercício da profissão e liberdade de imprensa".
Em ofício, Lima argumentou também que precisava dar "publicidade de atos
administrativos que não estiverem sob necessidade de sigilo".
No entanto, para o ministro, a iniciativa da Polícia Federal
é uma "franca extrapolação dos limites de autorização judicial em
questão". "A liberdade de imprensa, apesar de ampla, deve ser
conjugado com o direito fundamental de expressão, que tem caráter
personalíssimo, cujo exercício se dá apenas nas condições e na extensão
desejadas por seu detentor", disse Lewandowski.
Por meio de uma nota, a Superintendência da PF disse que
"há que ser cumprida a decisão judicial no sentido de permitir somente os
jornalistas autores da ação judicial''.
Resposta
A decisão do superintendente gerou reclamação por parte da
assessoria de imprensa do ex-presidente. Segundo a assessoria, a medida
significaria a "constituição de uma plateia para jornalistas convidados''
e iria desrespeitar a Folha de S.Paulo e o El País, que ficaram sete meses sem
conseguir uma entrevista com o petista por conta de uma liminar pelo ministro
do STF Luiz Fux.
Em setembro de 2018, Fux suspendeu uma decisão do próprio
Lewandowksi, que autorizava entrevista à Folha.
Fonte: JC Online/ Blog J.Campos
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