O projeto Mulheres Restaurando o Bioma da Caatinga, desenvolvido em parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas-PE) e o Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema), busca recuperar locais que sofreram algum tipo de degradação em áreas da caatinga. O projeto está contemplado no edital nº 1 do FEMA e foi proposto pela Rede de Mulheres do Sertão do Pajeú.
A iniciativa tem o objetivo de restaurar serviços ambientais
em áreas de nascentes e matas ciliares de rios e riachos intermitentes e
aumentar a resiliência de agroecossistemas familiares, que contam com práticas
de controle da erosão e implantação de reservas com plantas xerófilas para
alimentação de animais durante secas severas. Para alcançá-lo, foram
estabelecidas outras metas menores, como a implementação de reuso de águas
cinzas (Rac´s), de áreas de reserva de forragem com plantas xerófilas e a
melhora da toda a infraestrutura de produção de mudas nativas em viveiro para
comercializá-las. O projeto contemplou mulheres de cinco municípios da região
do Pajeú: Iguaraci, Itapetim, São José do Egito, Afogados da Ingazeira e Carnaíba.
Para a realização, a organização dividiu as mais de 170
mulheres que tiveram participação direta nas ações em 10 grupos. Elas têm
participado de rodas de conversas para sensibilizá-las sobre a importância da
recuperação de áreas degradadas e a conservação dos recursos naturais do bioma.
A caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, responsável
pela cobertura de 70% do território do Nordeste e 11% do país. Se caracteriza
principalmente pela estiagem na maior parte do ano e pela vegetação seca e sem
folhas. A degradação de imensas áreas, que, inclusive, ajudam a aumentar os
impactos da estiagem na fauna, flora e na vida dos habitantes, dão ainda mais
abertura a projetos como o da Rede de Mulheres do Sertão do Pajeú, fundamentais
para a contenção dessa degradação do bioma.
“O nosso projeto trabalha o viés social, porque as mulheres
se entrosam em grupo e se fortalecem em busca de políticas públicas; o viés
ambiental, a partir do momento em que produzem mudas para o reflorestamento; e
o viés econômico, quando gera renda para essas mulheres comercializem essas
mudas”, explicou Febe de Oliveira, analista ambiental da Semas Pernambuco.
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