Relator do PLS 334/2011 na Comissão de Assuntos Econômicos,
senador pernambucano apresentará alternativas para o pacto federativo.
Durante sessão plenária da última quarta-feira, 29, o
senador Armando Monteiro comentou que “há tensões na federação brasileira
decorrentes de uma série de problemas que se acumularam ao longo do tempo,
impedindo um maior crescimento do país”. Para minimizá-las, o senador afirmou
ser necessária a aprovação da resolução nº 72, que afeta diretamente o
interesse do setor produtivo nacional, assim como a questão da repactuação da
dívida dos estados e municípios, objeto do Projeto de Lei do Senado (PLS
334/2011).
Caberá ao senador defender este projeto na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE). “Terei a responsabilidade de relatar o projeto e
dessa forma dar uma parcela de contribuição na renegociação da dívida dos
estados”, anunciou.
Armando Monteiro está certo de que o Senado Federal
encontrará uma solução adequada para garantir a retomada dos investimentos por
parte dos estados. “Tenho certeza que nós vamos, em função da vontade desta
Casa, construir um novo marco nesta questão. O Brasil mudou, o mundo mudou, as
condições macroeconômicas são diferentes. Portanto, não tem sentido penalizar
os estados com esse problema dos indexadores. O IGP-DI, quando nós confrontamos
com o IPCA ao longo desses últimos anos, aponta um enorme desequilíbrio. Por
outro lado, as taxas de juros que estão sendo aplicadas nesses contratos
inviabilizam o pagamento das dívidas e os investimentos dos estados”, explicou.
Endividamento - A ampliação dos investimentos por parte dos
estados e municípios está prejudicada em função dos elevados encargos,
decorrentes do refinanciamento de suas dívidas com a União, entre os anos de
1996 e 2001.
Além disso, o índice que atualiza essas dívidas (o IGP-DI) e
a elevada taxa de juros real dos contratos (de até 9%), tem imposto aos entes
subnacionais um custo desproporcional em relação às condições atuais do mercado
brasileiro.
Para contextualizar, somente as dívidas estaduais
refinanciadas, que eram de R$ 120,2 bilhões em dezembro de 1999, subiram para
R$ 350,1 bilhões em dezembro de 2010, apesar do pagamento de R$ 135,1 bilhões
no período.
Com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), União, estados e
municípios passaram a registrar superávits primários em suas contas e a pagar
suas dívidas rigorosamente em dia. Mas, por mais que estados e municípios paguem,
o saldo da dívida só aumenta.
Uma das soluções apontadas no projeto é a mudança do
indexador – ou seja, substituir o IGP-DI para o IPCA além da redução da taxa de
juros mínima incidente sobre o saldo devedor, de 6% para 2%.
Crédito
da foto: André Oliveira/divulgação
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.