O senador Armando Monteiro (PTB/PE) defendeu, na manhã deste
sábado (5), que o Governo Federal amplie o apoio à recuperação econômica dos
produtores rurais do Nordeste, fortemente atingidos por uma das mais duras
secas dos últimos anos. Por causa da estiagem, todos os 56 municípios do Sertão
pernambucano e cerca de 20 do Agreste estão neste momento em estado de
emergência.
O senador participou de uma reunião de trabalho com 11
prefeitos e cerca de 40 vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais e
representantes de sindicatos rurais do Sertão do Pajeú, em Afogados da
Ingazeira, coordenada pelo secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson
Ramos, coordenador do comitê estadual de ação contra os efeitos da estiagem.
Durante a reunião, Armando Monteiro elogiou a rapidez do
governo de Pernambuco e do governo federal na reação ao problema, liberando
recursos e iniciando obras e ações emergenciais para garantir o abastecimento
das populações atingidas. O senador cobrou que as linhas de crédito
emergenciais nas áreas de seca possam ser utilizadas não apenas em
investimentos novos, mas também no custeio das atividades dos produtores
agrícolas.
Veja abaixo o que disse Armando Monteiro, em entrevista a rádios e blogs da região.
Grande perda da produção
Armando Monteiro – “Entendo a aflição, a inquietação e, sobretudo,
essas demandas que estão sendo trazidas por todos os prefeitos e lideranças
aqui da região por conta dos efeitos muito severos, muito drásticos que se
fazem sentir agora, traduzidos nas lavouras que foram dizimadas, o feijão, o
milho, o rebanho também da região, que está sendo atingido, há uma grande perda
já do rebanho bovino, ovino. Tudo isso se traduz em perdas muito grandes para a
produção agropecuária da região. Mas isso tem também efeito perverso,
representado pela elevação do custo de aquisição dos alimentos. Por exemplo, eu
tomei conhecimento que um quilo de feijão já está sendo vendido aqui na região
por oito reais. Isso é uma situação
grave, porque, além da carência de muitos que perderam seu sustento, ainda se
deparam com um problema muito sério como esse, que é você praticamente não ter
condições de poder comprar os alimentos. Isso tudo envolve uma ação coordenada,
rápida, governo federal e governo estadual, recursos federais e recursos
estaduais”.
Recursos liberados
Armando Monteiro – “A presidente Dilma liberou R$ 790
milhões em caráter emergencial e o governo do Estado já vem disponibilizando
linhas próprias de mais de R$ 100 milhões para as ações de curto prazo, que
estão traduzidas em ampliar a oferta de carro-pipa; promover, onde for
possível, e eu entendo que isso se aplica mais ao Agreste do que ao Sertão, um
programa de distribuição de sementes, tendo em vista que o ciclo de chuvas no
Agreste ainda poderá se estender até junho; mas, no caso do Sertão ainda, poços
artesianos que possam ser construídos, sistemas de abastecimento de água,
barragens e uma rede de adutoras menores, de acordo com essa exposição que foi
trazida (pelo governo), algumas em caráter emergencial que precisam ser
implantadas em poucos meses. Portanto, acho que o governo do Estado está
atento, tem o diagnóstico da situação, a presença de três secretários de Estado
hoje aqui na região traduz a disposição do governo; o ministro Fernando
Bezerra, que coordena as ações na área federal, está permanentemente em sintonia
com o governo de Pernambuco, conhece de perto os desdobramentos desse quadro e
a bancada federal, que não pode ficar alheia a este drama”.
Apoio em Brasília e no Senado
Armando Monteiro – “Eu fiz questão, com a minha presença, de
dar o testemunho da minha preocupação com essa questão (da seca). Estarei
acompanhando de perto e monitorando essas ações e, naquilo que me compete como
senador da República, atuar para aprovar rapidamente as Medidas Provisórias 566
e 565, que liberam recursos importantes; acompanhar a operacionalização de uma
linha de R$ 1 bilhão do FNE para assistir o pequeno produtor rural, sobretudo o
pequeno com limite de até R$ 12 mil e o médio e grande, com limite de até R$
100 mil, operações de dez anos, com quatro anos de carência. Então, nós temos
que cobrar a operacionalização dessas linhas e temos também que acompanhar e
monitorar essas ações que estão relacionadas com as soluções de caráter mais
definitivo. Quais são elas? Nós temos que retomar as obras da Adutora do Pajeú.
Não é possível que essas obras, que se arrastam já há tanto tempo, e, neste
momento, com as dificuldades que ainda existem com a empresa que foi contratada
à época, e com os problemas dos órgãos de fiscalização, nós estejamos
assistindo ainda à suspensão dos trabalhos da adutora, que já estão atrasados.
É preciso uma ação mais firme e coordenada para retomarmos os trabalhos da
Adutora do Pajeú. E, por outro lado, ainda interessa muito a Pernambuco ações
rápidas para iniciarmos a implantação da Adutora do Agreste, outra obra muito
importante, que vai atender quase 70 municípios da região. Portanto, nós também
estaremos acompanhando essas opções de caráter mais estruturante para que não tenhamos
uma repetição periódica de problemas e prejuízos tão graves que se abatem hoje
sobre a população de Pernambuco e também do Nordeste”.
Apoio aos agricultores
Armando Monteiro – “É importante, neste momento, oferecer ao
agricultor condições para que ele possa fazer o custeio das atividades, os
tratos culturais, tudo aquilo que ele tem que fazer no período de entressafra.
Porque não adianta apenas apoiar o novo investimento e não dar a ele as
condições de fazer o custeio da lavoura. Então essa linha precisa de uma
autorização do Conselho Monetário Nacional para que uma parte desses recursos
seja destinada ao custeio também, beneficiando de forma direta os produtores da
região”.
Os
recursos federais vão chegar?
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