A escavação arqueológica no sítio de Ein Zippori, no norte
de Israel, revelou a existência de uma comunidade pré-histórica do período
neolítico, onde já havia uma elite que possuía “objetos de luxo” importados de
países distantes.
Os trabalhos, realizados pelo Departamento de Antiguidades
de Israel, começaram há um ano, mas só agora as descobertas foram reveladas à
imprensa.
No local, estava planejada a construção de uma estrada. No
entanto, como essa região é conhecida pela abundância de antiguidades, costuma-se
fazer a chamada “escavação de salvamento” – uma operação preliminar para
garantir que os trabalhos não destruam itens importantes que podem estar
enterrados na área.
Os diretores da escavação, os arqueólogos Ianir Milevski e
Nimrod Getzov, se surpreenderam ao descobrir uma grande comunidade
pré-histórica, com restos de casas cujas fundações foram feitas de pedra e
paredes erguidas com tijolos de barro.
De acordo com Milevski, costuma-se pensar que nesse período
da história humana as sociedades fossem “mais igualitárias”.
Placa de pedra com avestruzes talhados também foi
considerada objeto primitivo “de luxo”
“No entanto, as escavações revelaram indícios de que há 7
mil anos já havia uma pequena camada da sociedade que possuía objetos raros que
a maioria da população não tinha”, disse Milevski à BBC Brasil.
Objetos ‘de luxo’ importados
Na escavação, foram encontrados milhares de objetos de
pedra, sílex e cerâmica, mas o que chamou a atenção dos pesquisadores foram
objetos raros e feitos de materiais que não existiam nessa região.
Entre os objetos raros, estão lâminas feitas de rocha
obsidiana, cuja fonte mais próxima se encontra na Turquia e placas de pedra com
desenhos próprios da cultura da Mesopotâmia (onde hoje se encontra o Iraque) e
da Síria.
“Entre os objetos mais importantes que descobrimos, está uma
placa de pedra com a imagem de duas avestruzes talhadas. É um trabalho simples,
mas muito elegante e que nos remete à cultura da Mesopotâmia daquele período”,
disse Milevsky.
Também foram descobertas pequenas bacias de pedra feitas
“com uma delicadeza impressionante” e, em uma delas, estavam cerca de 200
contas de colar – pretas, brancas e vermelhas.
O arqueólogo explicou que, como a comunidade era de um
período anterior à descoberta do metal, a fabricação de objetos “tão delicados”
era especialmente complexa e só uma elite poderia possuir objetos de tão
difícil fabricação.
“Para fazer o buraco nas contas do colar era necessária uma
furadeira de poucos milímetros. Trata-se de uma técnica muito sofisticada para
o período que estamos pesquisando”, acrescentou Milevski.
Fonte: BBC Brasil / Blog
do Deputado Federal Gonzaga Patriota
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