O papa Francisco pretende agir “com decisão” contra os casos
de abusos sexuais na Igreja Católica, seguindo a mesma linha de seu antecessor,
Bento XVI, informou nesta sexta-feira a Santa Sé em comunicado.
O papa argentino, que foi eleito em conclave em 13 de março,
expressou a vontade durante a primeira audiência realizada no Vaticano desde
que assumiu o pontificado com Gerhard Ludwig Muller, prefeito da Congregação
para a Doutrina da Fé.
“O santo padre pediu particularmente à Congregação para que,
seguindo a linha instaurada por Bento XVI, aja com decisão no que diz respeito
aos casos de abusos sexuais”, diz o comunicado.
Isso – prossegue – inclui atuar “promovendo em primeiro
lugar as medidas de proteção dos menores de idade, a ajuda para os que sofreram
tal violência no passado, os procedimentos devidos para os culpados, o
compromisso das Conferências Episcopais na formulação e execução das direções
necessárias nesse terreno tão importante para o testemunho da Igreja e sua
credibilidade”.
Francisco afirmou, além disso, que “em minha atenção e em
minha reza por aqueles que sofrem, as vítimas de abusos estão presentes de modo
particular”.
Em 5 de fevereiro, a Congregação para a Doutrina da Fé
informou que nos últimos três anos chegaram ao Vaticano 1.800 denúncias de
casos de abusos sexuais a menores por parte de clérigos e que a maioria deles
ocorreram entre 1965 e 1985.
O maior número de denúncias aconteceu em 2004, quando
chegaram 800 ao dicastério vaticano, encarregado desse tipo de crime e que
enviou em 2011 a todas as Conferências Episcopais um guia para enfrentar, de
maneira “coordenada e eficaz”, os casos de padres pedófilos.
Em 2010, por ordem de Bento XVI, foi atualizado o documento
vaticano De delicta graviora, de 2001, sobre os crimes mais graves contra a
moral e os sacramentos, dentro da linha de “tolerância zero” contra os abusos
do papa anterior, que renunciou ao pontificado em 28 de fevereiro.
Com a atualização, houve uma reviravolta na luta contra os
padres pedófilos, sendo aprovadas leis entre as quais se destaca a ampliação de
10 para 20 anos para denunciar os abusos e a introdução do crime de aquisição,
posse e divulgação de pornografia infantil.
Fonte: Agência EFE
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