Brasília - A presidenta Dilma Rousseff fez uma reunião
extraordinária na tarde de hoje (9) com seis ministros para detalhar as
providências tomadas pelo governo brasileiro em relação às denúncias de
espionagem a cidadãos brasileiros por agências norte-americanas. A reunião
ocorreu depois de uma primeira etapa de conversas entre os ministros. Em
seguida, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota recebeu o
embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon no Palácio do Itamaraty.
Além de Patriota, participaram da reunião com a presidenta
os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Defesa, Celso Amorim, da Casa
Civil, Gleisi Hoffmann, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Gabinete de
Segurança Institucional, José Elito. Dilma determinou que a investigação das
denúncias e as respostas do governo sejam encaminhadas com rapidez e
eficiência, principalmente em relação a questões de segurança e soberania.
Após a reunião de ministros, o chanceler anunciou a criação
de um grupo de trabalho para definir as providências relativas às denúncias de
espionagem. O grupo será formado por técnicos dos ministérios da Justiça, da
Defesa, das Comunicações, das Relações Exteriores e do Gabinete de Segurança
Institucional, da Presidência da República. A idéia é elaborar uma espécie de
diagnóstico sobre a situação e concluí-lo rapidamente.
O Brasil anunciou que pretende recorrer à Assembléia Geral
da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (Estados Unidos), e à
União Internacional de Telecomunicações (UIT), em Genebra (Suíça), sobre as
denúncias de espionagem. Nas Nações Unidas, segundo Patriota, o objetivo é buscar
uma definição sobre normas claras de comportamento para os países quanto à
privacidade das comunicações dos cidadãos e à preservação da soberania dos
demais Estados. Na UIT, a idéia é tentar o aperfeiçoamento de regras
multilaterais sobre segurança das telecomunicações.
Além do Brasil, México, da Venezuela, Argentina, Colômbia,
do Equador, outros países latino-americanos também foram alvos de programas de
espionagem e rastreamento da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos
(NSA, na sigla em inglês), segundo documentos divulgados pelo norte-americano
Edward Snowden. Os dados eram monitorados por meio de um programa de vigilância
eletrônica altamente secreto chamado Prism.
O ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro,
disse hoje que não há informações de que o monitoramento de dados de cidadãos
também tenha ocorrido em seu país, porém as investigações estão em curso. Os
governos da Venezuela, do Equador e da Colômbia indicaram que suspeitam que
também tenham sido alvo de espionagem.
Fonte: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.