Rio de Janeiro – A economia brasileira não deve crescer mais
que 2% em 2013, abaixo da projeção de crescimento mundial de 3,5%, na avaliação
do economista-chefe do The Conference Board, Bart Van Ark. Com base em
indicadores nacionais, a instituição projeta índices econômicos de 12 países,
dentre os quais, o Brasil.
Na avaliação de Van Ark, os fatores que mais dificultam o
crescimento do país são a dificuldade de atrair investimentos; de aplicar em
infraestrutura; de reformar setores estruturais da economia, como mercado de
trabalho – para que dê mais flexibilidade em contratações e demissões; além de
fazer a reforma tributária.
"Se tem uma coisa que os membros globais reclamam
quando vêm ao Brasil é a complexidade do pagamento de impostos", afirmou
Van Ark. "Há uma grande necessidade de simplificar essas regras para que
seja possível fazer negócios e operar no Brasil", reforçou. Investimentos
em infraestrutura, como portos e estradas também precisam melhorar, destacou.
Para o economista da Fundação Getulio Vargas, Paulo
Piccheti, a projeção de crescimento de
2% do The Conference é razoável no cenário atual. Segundo ele, dados recentes
apontam retração da economia pela diminuição da produção industrial e das
vendas do comércio. Segundo ele, sem mudanças estruturais no país, não há como
alavancar no curto prazo, os indicadores.
"Dos componentes que podem induzir o crescimento,
tirando o setor externo, que a gente não pode contar no curto prazo, não há
continuidade da expansão do consumo das famílias nem do consumo do governo, que
está enfrentando uma questão de equilíbrio fiscal, o que impede aumento dos
gatos e investimentos", disse. Segundo ele, a única chance é atrair
investimento privado.
O The Conference Board também estimou o crescimento do país
para o período entre 2014 e 2018, em 3,2%, e para o mundo, 3,1%. Segundo Bart,
o mundo cresce a taxas menores, embora reformas políticas e trabalhistas
"tenham capacidade de gerar um ambiente com mais espaço para o
crescimento", afirmou.
A FGV e organização americana The Conference Board lançaram
hoje (17) um novo índice para medir a economia brasileira, o Indicador de
Antecedente Composto da Economia (Iace), que será divulgado mensalmente a partir
de agora.
Fonte: Agência
Brasil.
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