Brasília – O Dia Nacional de Luta, marcado para esta
quarta-feira (11), terá manifestações em todo o país. Elas estão sendo
organizadas por centrais sindicais e pelo Movimento de Trabalhadores Sem Terra
(MST). Também estão previstas paralisações de diversas categorias profissionais
nos 26 estados e no Distrito Federal. Metalúrgicos e trabalhadores da
construção civil, bem como operários de obras do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), vão parar totalmente. Outras categorias devem parar parcialmente, como
os bancários e da área de telefonia, de acordo com os organizadores.
As principais reivindicações são pelo fim do fator
previdenciário; pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem
redução de salários; pela aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para
a educação e 10% do Orçamento da União para a saúde e pela reforma agrária.
“O governo atende a bancos e empresários e não atende aos
trabalhadores. O governo tem dinheiro para investir na saúde e na educação, mas
não investe. Depois das mobilizações de rua que pararam o país em junho,
entrarão as organizações de trabalhadores organizadas”, disse um dos
coordenadores do CSP-Conlutas, Zé Maria de Almeida. “Amanhã vai ser o primeiro
passo, mas a luta vai continuar e vai se fortalecer”, completou.
Em São Paulo, os trabalhadores farão um grande ato na
Avenida Paulista ao meio-dia. Ainda pela manhã, está previsto o fechamento da
Marginal Tietê, das avenidas do Estado e Jacu-Pêssego, da Radial Leste e das
rodovias Anchieta, Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares,
Fernão Dias, Dutra e Mogi-Bertioga. No centro do Rio de Janeiro, a concentração
será feita na Candelária, a partir das 15h. Em Minas Gerais, os profissionais
das áreas da educação, saúde e os eletricitários devem paralisar suas
atividades. Em Brasília, os trabalhadores vão se concentrar às 15h no Museu da
República. A Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) usará 700 homens no
esquema de segurança.
De acordo com o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira
da Silva, o Paulinho da Força, o objetivo da mobilização não é apenas o de
chamar a atenção do governo federal. “Esperamos que a presidenta Dilma atenda
às reivindicações. Ela precisa atender, ela já sentou para conversar com a
gente três vezes e não resolveu nada. Se ela não atender, vamos continuar nos
mobilizando”, disse.
Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), também exige um posicionamento mais objetivo do
governo. “Essa pauta já foi entregue e a coisa não andam. Conversa, discute e
não andam. Isto [as manifestações de amanhã] é para pressionar o governo a
negociar. Se nada for resolvido até agosto, estamos pensando em fazer uma
grande marcha até Brasília, com participação de todo o movimento sindical do
país”, declarou.
“A nossa mobilização vem no sentido de pressionar, tanto o
Legislativo quanto o Executivo para que nossas pautas históricas, que estão há
muito tempo nos dois Poderes possam avançar”, explicou Carmem Foro,
vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Fonte: Agência Brasil
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