Morreu às doze e meia desta quinta no Hospital Nossa Senhora
das Graças em Curitiba a ex prefeita de Afogados da Ingazeira, Giza Simões. A
notícia foi passada agora na Rádio Pajeú pela vereadora Antonieta Guimarães,
cunhada de Giza e porta voz da família. Giza tinha 65 anos e foi prefeita de
Afogados por dois mandatos.
O quadro de Giza tinha apresentado complicações na madrugada
segundo informações passadas pelo filho, Danilo Simões , esta manhã, também a
Antonieta.
Segundo o irmão Ramiro Simões, o velório acontecerá em
Afogados da Ingazeira e o sepultamento em Alagoinha, em data ainda não definida.
Já é praticamente certo que o velório acontecerá no Cine São José.
Giza foi submetida a um transplante de medula, realizado em
17 de junho, para tratar uma complicação fruto da síndrome mielodisplásica, a
que foi submetida.
“O transplante foi realizado com sucesso, mas Giza teve
complicações a partir do pós transplante, na quimioterapia”, revelou Antonieta.
Ela afirmou que as complicações se intensificaram no fim de semana, quando foi
levada a Curitiba.
Dona Giza deixa dois filhos, Danilo e Eugênia Simões, cinco
netos e sete irmãos. Dois deles estiveram acompanhando em Curitiba o drama que
ela viveu : Lúcia Helena, que foi responsável pela doação de medula e o padre
Adilson Simões, de Arcoverde.
Luto oficial : A Prefeitura de Afogados da Ingazeira acaba
de decretar luto oficial de três dias.
“Tive a oportunidade e trabalhar ao lado da ex-prefeita, como
vice-prefeito, por quatro anos. A conjuntura política nos levou por caminhos
distintos. Mas independente das nossas diferenças, sempre mantivemos uma
relação cordial, respeitosa e de apreço mútuo. Aproveito para informar que
estou decretando luto oficial de três dias e ponto facultativo em todas as
repartições do nosso município nesta Sexta,
27. Desejo que Deus conforte a
família neste momento de grave pesar e coloco-me à inteira disposição para
colaborar no que for necessário”, disse o prefeito José Patriota.
Maior liderança individual da história recente : Giza Simões
era casada com Orisvaldo Inácio da Silva, que rompeu com uma história de anos
de comando político de Antonio Mariano de Brito, a partir das eleições de 1988.
Foi Prefeito e Deputado Estadual. Em seu mandato como gestor, Giza foi
escolhida para ser sua Secretária de Assistência Social. Seu contato direto com
pessoas que procuravam a Secretaria começou a dar dimensão a seu nome como
potencial alternativa para suceder Orisvaldo.
Mas foi em 1996, após o primeiro mandato de Totonho
Valadares, que Giza teve seu nome elevado à condição de candidata preferida da
população. Apoiada pela Frente Popular, foi eleita pela primeira vez. Invocando
a recém aprovada Lei da Reeleição, Giza pleiteou disputar a Prefeitura
novamente. Sem o apoio da Frente, decidiu seguir com o seu grupo e venceu Totonho
Valadares. Governou mais quatro anos.
Indicou José Ulisses como seu candidato mas não obteve
êxito. Totonho voltou à Prefeitura. Ainda tentaria por mais duas vezes a
disputa da Prefeitura e por um vez um mandato estadual, em 2010, quando foi
majoritária no município. Em fevereiro de 2011, perdeu o marido, Orisvaldo
Inácio, após complicações para tratamento de uma érnia inguinal.
Pouco depois de perder o marido, identificou uma doença
chamada Síndrome Mielodisplásica, que causa a produção inefetiva de células
sanguíneas. Ainda teve forças para disputar as eleições de Afogados em 2012,
quando foi derrotada por José Patriota obtendo 9.820 votos, mas pouco depois
teve que intensificar o tratamento.
Chegou a passar por um transplante de medula, mas não resistiu
à quimioterapia. Era tida como liderança de
um capital eleitoral
instransferível, fruto de sua força política. Por isso, era tida como a maior liderança individual da
recente história política. Era conhecida também pelo acesso que tinha nas camadas
mais populares. “Mãe da pobreza”, “amiga dos pobres”, eram formas com as quais
era comumente tratada.
Fonte: Site Nill Júnior.
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