04/11/2013

DIAGNÓSTICO PRECOCE É PRINCIPAL ARMA CONTRA O CÂNCER DE PRÓSTATA

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É preciso estar atento a sinais e sintomas que revelam a possibilidade da doença, principalmente se houver casos em parentes próximos

Muitos homens sentem dores para urinar, apresentam jato urinário fraco e sangramento, mas não procuram o médico para saber o que está acontecendo. Preferem ignorar esses sinais, que podem indicar a presença de doenças como o câncer de próstata. Uma das recomendações do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é que, ao perceber os sintomas, o paciente vá ao médico. O diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenção. "Por insegurança e medo, muitas vezes, o homem não busca atendimento e se nega a fazer o exame", destaca Luiz Claudio Thuler, médico epidemiologista da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Câncer (Conprev) do INCA.

Para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, o instituto realizou, no dia 27 de novembro, o Dia Nacional de Combate ao Câncer. A idéia foi ampliar o conhecimento das pessoas sobre o tratamento e prevenção da doença. Paralelo a esse evento, profissionais de todas as áreas da saúde e representantes da sociedade civil se reuniram, entre os dias 26 e 30, no XVI Congresso Brasileiro de Cancerologia (Concan) e XIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica (SBOC), em São Paulo, para formar uma rede de luta contra o câncer no Brasil.

A detecção precoce é a grande arma contra o câncer de próstata. "Em 90% dos casos diagnosticados na fase inicial, há cura", ressalta Thuler. O toque retal e o exame de sangue conhecido como PSA (antígeno prostático específico) são as principais formas de detectar a doença. Os exames podem ser feitos gratuitamente nos hospitais credenciados à rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em relação ao exame de sangue, a dificuldade é que apenas 28% apontam corretamente os casos de câncer. Ou seja, 72% dos homens com PSA alterado são submetidos a biópsias sem necessidade. A explicação é que outras doenças como inflamação, hiperplasia benigna da próstata (aumento do volume não canceroso dessa glândula) e sua realização após a ejaculação também alteram o resultado.

Rastreamento - Uma novidade tem causado polêmica no meio científico. É que a detecção precoce do câncer de próstata costuma ser associada à realização do exame de toque retal e da dosagem do PSA regularmente, a partir de uma certa idade, mesmo em homens que não apresentam sintomas. No entanto, o INCA defende que só devem fazer o toque retal homens que apresentem os sinais ou sintomas da doença ou que possuam casos em parentes próximos, como pai ou avô.

Em relação aos pacientes saudáveis, o exame realizado anualmente não se mostrou útil na redução da mortalidade. Assim, o INCA recomenda que homens com mais de 50 anos sejam esclarecidos sobre as limitações do exame antes de realizá-lo. Apesar de a detecção e do tratamento precoces prevenirem a progressão do câncer, é provável que, no rastreamento da doença, sejam detectados tumores que teriam um crescimento muito lento e que não causariam problemas à saúde do homem.

O rastreamento em homens saudáveis pode ainda causar danos como os relacionados aos freqüentes resultados falso-positivos dos testes disponíveis, a ansiedade gerada pelos exames, o número de biópsias desnecessárias e as complicações potenciais do tratamento de tumores que não iriam afetar a saúde do indivíduo.

A proposta nacional de controle do câncer de próstata foi definida em reunião realizada em 2002, no Rio de Janeiro. Participaram do encontro mais de 30 profissionais da área e ficou decidido seguir o padrão internacional de abordagem da doença. "Atualmente, Estados Unidos e Canadá não indicam o exame de rastreamento anual pelo toque retal e PSA em homens assintomáticos", ressalta Luiz Claudio Thuler. "Ainda não existem evidências científicas de que o rastreamento reduza a mortalidade", reforça.

O grande problema desse tipo de câncer é que não existe uma forma de intervir nos principais fatores de risco da doença já comprovados, que são o envelhecimento e o histórico familiar. "Quanto maior a expectativa de vida de uma população, aumentam os números de casos de câncer de próstata", destaca Thuler. "Quando se tem casos na família, o risco é de três a dez vezes maior", completa.

Até o final do ano, a estimativa é de que surjam 35.240 novos casos da doença e que ocorram 8.230 óbitos. "O câncer de próstata é a neoplasia de maior incidência em homens, nas capitais das regiões Sudeste e Sul, seguido do câncer de pulmão", assinala Thuler.

Estudos recentes revelam que uma alimentação saudável é uma maneira de prevenir a maioria dos tipos de câncer. A dieta deve ser rica em vitaminas A, D, E e minerais, além de leguminosas como feijão, ervilha e soja. O hábito também ajuda a evitar outras doenças crônicas não transmissíveis, como infarto, diabetes, hepatite, câncer de estômago e boca. O fumo, o consumo excessivo de álcool e a vasectomia foram apontados como fatores associados ao desenvolvimento do câncer de próstata.

Para a prevenção do câncer, o INCA recomenda ainda outros hábitos de vida saudáveis, como atividade física e controle do peso. O instituto também trabalha para conscientizar os pacientes sobre a importância de estar sempre em contato com seu médico para esclarecimento de dúvidas em geral.

Outras ações desenvolvidas pelo INCA são a capacitação dos profissionais de saúde em relação aos avanços tecnológicos e científicos no combate à doença, assim como parcerias com instituições universitárias para o desenvolvimento de pesquisas sobre prevenção, detecção precoce e tratamento.

Fonte: Portal da Saúde

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