Articulado
pelas entidades que abordam a temática de gênero no Pajeú como o Grupo Mulher
Maravilha, a Casa da Mulher do Nordeste e a Rede de Mulheres Produtoras do
Pajeú, o Bloco Flor do Mandacaru levou mais uma vez uma mensagem de paz, pelo
fim da violência contra a mulher, às ruas de Afogados da Ingazeira, Sertão do
estado.
O bloco tem
como objetivo divulgar todas as formas de violência contra a mulher, com
campanha permanente sobre o tema desde sua fundação em 2007. “A ideia é
aproveitar o Carnaval para mobilizar foliões e foliãs a se engajarem nessa
luta, uma vez que a violência contra a mulher é um problema de todos e todas”,
afirma Fátima Silva, integrante da comissão organizadora do bloco.
Na
oportunidade foi divulgada a Campanha do Laço Branco: “Homens pelo fim da
violência contra as mulheres: nesse jogo, todos ganham!”, organizada por um
comitê formado por organizações de todo o país: Instituto PAPAI; Núcleo de
Pesquisas Gema (Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPE); Instituto
Promundo (RJ), Instituto NOOS (RJ), Ecos e Coletivo Feminista (SP), Núcleo
Margens/UFSC e Themis (RS).
Oficinas
Esse ano o
Bloco Flor do Mandacaru trouxe um diferencial, que foi a realização de oficinas
de conscientização acerca dos diversos tipos de violência contra a mulher,
promovidas pela Casa da Mulher do Nordeste, Grupo Mulher Maravilha e Rede de
Mulheres Produtoras do Pajeú para adolescentes das Escolas Padre Carlos
Cottart, Ana Melo, Monsenhor Antônio de
Pádua Santos (Afogados da Ingazeira), Aristaque Veras (Ingazeira), Rosete
Bezerra (Iguaracy), além do Residencial Miguel Arraes em Afogados da Ingazeira.
Números da violência contra a mulher
No Brasil,
no período de 2001 a 2011, estima-se que mais de 50 mil mulheres foram
assassinadas, o que equivale, aproximadamente, a cinco mil mortes por ano, de
acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Acredita-se que grande parte destes óbitos foram decorrentes de violência
doméstica e familiar contra a mulher, já que quase um terço deles ocorreram no
domicílio.
Ainda
segundo o Ipea, as regiões Nordeste (6,90), Centro-Oeste (6,86) e Norte (6,42)
tiveram as taxas de feminicídios mais elevadas, por 100.000 mulheres.
Pernambuco (7,81) foi o quinto estado com maior taxa de mulheres assassinadas,
ficando atrás do Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84) e Roraima
(8,51).
36% dos
homicídios ocorreram nos finais de semana. Os domingos concentraram 19% das
mortes.
Em 2012, a
Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) registrou 732.468 atendimentos
(pedido de informações, reclamações, elogios, sugestões, telefonia, serviços e
relatos de violência), o que representa uma média de dois mil registros por
dia. Em comparação com 2011, verificou-se um aumento de quase 11% no total de
registros.
Do total das
ligações, 12% (88.685) foram relatos de violência, perfazendo um total de mais
de 240 por dia. A violência física continua sendo o tipo de violência mais
relatado com 50.236 registros. Dentre as demais violências coibidas pela Lei
Maria da Penha (11.340/06), os atendimentos apontam: psicológica em 24.477
(27,60%) dos registros informados, moral em 10.372 (11,70%), sexual em 1.686
(1,90%) e patrimonial em 1.426 (1,60%).
Dados:
Instituto Papai
Juliana Lima
– Assessoria de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste
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