Semana que passou relemos o romance “As Intermitências da
Morte”, de José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998. O criativo e
sábio português, falecido em 2010, retrata uma interessante estória onde a
morte resolve fazer greve. Isso gera um enorme desconforto aos órgãos que
constituem a sociedade moderna. Governo, religiões, imprensa, funerárias, hospitais,
seguradoras e outras entidades cobram uma “urgente” explicação para tão
inusitada e “estranha” atitude, ainda mais partindo dela, a temida morte.
Diz a sabedoria popular que o cachorro é o maior amigo do
homem. Já alguns estudiosos afirmam que o medo é o pior inimigo dos seres
humanos. O medo sempre vem acompanhado do fracasso, da enfermidade e das
convivências indesejadas. Ora, quantas pessoas não querem nem ouvir falar do
passado? E do futuro se “pelam” de temor; e de ficarem loucos? Nem gostam de
pensar! A que provoca maior pavor é, sem nenhuma dúvida, a morte. Mesmo sendo
ela obra e criação do Divino Mestre.
Nascemos, crescemos, reproduzimos e depois... Partimos para
outra dimensão. Cabe a nós, simples humanos e pecadores, seguir essa lógica de forma
mais saudável possível, aproveitando a espetacular oportunidade da vida para
preparar e nutrir, com boas ações, o sentimento e a pureza da alma que
enfrentará, certamente, um enigmático caminho.
Todos nós sofremos com a perda de um ente querido. Sabemos
perfeitamente que a cumplicidade e vínculo amoroso entre mãe/ filha, pai/filho
e marido/mulher é de altíssimo nível espiritual. Portanto, é mais que normal
que essa saudade, muitas vezes, permaneça por um tempo ainda maior em relação a
outras situações. Porém isso não significa o fim e, o que não podemos permitir
é que essa dor se perpetue em nossos corações, chegando a comprometer
inclusive, nossa já pouca fé.
Sem medo e com muita confiança, esperamos que a ficção do
famoso escritor, num futuro bem próximo, torne-se a realidade escrita no livro
do Apocalipse onde Deus promete que um dia “não haverá mais morte”, afirmação
retificada nos Salmos registrando que “os próprios justos possuirão a terra e
residirão sobre ela para todo o sempre”.
Eternamente fiel ao projeto de Deus,
Carlos Moura Gomes – Afogados da Ingazeira/PE
Março/2014
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