11/03/2014

PROJETO DE DEUS

Semana que passou relemos o romance “As Intermitências da Morte”, de José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998. O criativo e sábio português, falecido em 2010, retrata uma interessante estória onde a morte resolve fazer greve. Isso gera um enorme desconforto aos órgãos que constituem a sociedade moderna. Governo, religiões, imprensa, funerárias, hospitais, seguradoras e outras entidades cobram uma “urgente” explicação para tão inusitada e “estranha” atitude, ainda mais partindo dela, a temida morte. 

Diz a sabedoria popular que o cachorro é o maior amigo do homem. Já alguns estudiosos afirmam que o medo é o pior inimigo dos seres humanos. O medo sempre vem acompanhado do fracasso, da enfermidade e das convivências indesejadas. Ora, quantas pessoas não querem nem ouvir falar do passado? E do futuro se “pelam” de temor; e de ficarem loucos? Nem gostam de pensar! A que provoca maior pavor é, sem nenhuma dúvida, a morte. Mesmo sendo ela obra e criação do Divino Mestre.

Nascemos, crescemos, reproduzimos e depois... Partimos para outra dimensão. Cabe a nós, simples humanos e pecadores, seguir essa lógica de forma mais saudável possível, aproveitando a espetacular oportunidade da vida para preparar e nutrir, com boas ações, o sentimento e a pureza da alma que enfrentará, certamente, um enigmático caminho.

Todos nós sofremos com a perda de um ente querido. Sabemos perfeitamente que a cumplicidade e vínculo amoroso entre mãe/ filha, pai/filho e marido/mulher é de altíssimo nível espiritual. Portanto, é mais que normal que essa saudade, muitas vezes, permaneça por um tempo ainda maior em relação a outras situações. Porém isso não significa o fim e, o que não podemos permitir é que essa dor se perpetue em nossos corações, chegando a comprometer inclusive, nossa já pouca fé. 

Sem medo e com muita confiança, esperamos que a ficção do famoso escritor, num futuro bem próximo, torne-se a realidade escrita no livro do Apocalipse onde Deus promete que um dia “não haverá mais morte”, afirmação retificada nos Salmos registrando que “os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre”.

Eternamente fiel ao projeto de Deus,

Carlos Moura Gomes – Afogados da Ingazeira/PE

Março/2014

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