POETAS E POESIAS: HOMENAGEM A ZÉ MORORÓ

Gislândio Araújo

Sem bater o baião que à tardinha

Era a única certeza na calçada

A viola sem Zé será guardada

Pra lembrar-nos do gênio que ela tinha

Deu adeus a seus filhos e a Zefinha

Sem poder despedir-se de verdade.

Foi um vate dos grandes na cidade

Mas sem ele a cidade sente dó

O repente sem ter mais Mororó

Que era grande pilar, cai a metade.

Dando jus ao nome Zé foi forte

Na labuta, na vida e no repente.

Mororó - que do chá curava gente

Não curou nem livrou José da morte.

A cultura da terra está sem sorte

Perde um gênio de alta qualidade

E quem tanto cantou sobre saudade

É saudade maior por ir ao pó

O repente sem ter mais Mororó

Que era grande pilar, cai a metade.

Gislândio Araújo