Os gestores municipais que vieram à Mobilização Nacional
Municipalista em Brasília, como parte da campanha Não Deixem os Municípios
Afundarem, foram recebidos em Sessão Solene no Congresso Nacional, realizada no
Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados, na manhã desta terça-feira,
21 de novembro. Lideranças municipalistas, presidentes de entidades estaduais e
prefeitos tiveram a oportunidade de falar sobre a pauta do movimento e a
situação de crise financeira dos Municípios do alto da tribuna da Casa
legislativa.
Aberta pelo deputado Caetano (PT-BA), o parlamentar deu
início a sessão com a leitura da carta aos prefeitos escrita pelo presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou que “a crise de arrecadação força a
pressão por mudanças”. Em seguida, a palavra foi concedida ao presidente da
Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, que capitaneia a
mobilização. A liderança municipalista nacional iniciou seu discurso saudando
todos os parlamentares presentes no Plenário para, em seguida, abordar a pauta
da campanha.
As matérias fundamentalmente abrangem formas de corrigir
falhas em relação à distribuição de responsabilidades e direitos atribuídos aos
Entes, que acaba por sufocar as finanças municipais. “A dívida de precatórios
dos Municípios brasileiros remonta mais de R$ 40 bilhões, os Municípios não
estão conseguindo pagar e tem suas arrecadações sequestradas”, disse ele.
“A questão mais séria de todas é a atualização dos programas
federais. Têm 390 programas criados no Brasil, esse é o problema. É neles que
estão a situação caótica das Prefeituras. Na época que foi criado, há 15 anos,
não pagavam nem 30% e esse valor nunca foi atualizado. O que está quebrando os
Municípios são estes programas, isso é gravíssimo, temos que atualizar esses
valores”, prosseguiu ele.
Ziulkoski concluiu: “chega de transferir responsabilidades
sem recursos para pagar”. Ele também abordou a questão da derrubada do veto ao
Encontro de Contas, da prorrogação do prazo dos Resíduos Sólidos, do mais 1% do
Fundo de Participação dos Municípios (FPM) acrescido em setembro, e do Piso do
Magistério atualizado pela inflação. “Estamos aqui altivamente dizendo que nós
estamos lá na ponta, essa crise não foi gerada pelos Municípios, foi gerada
aqui em Brasília”.
Com adendos dos parlamentares durante os discursos, a
palavra foi passada para os discursos das demais lideranças municipalistas. Da
Associação Brasileira de Municípios (ABM), Gilmar Dominici, disse que a entidade
está de acordo com a pauta prioritária elaborada pela CNM e frisou na questão
da judicialização das administrações municipais. “Precisamos enfrentar essa
situação, discutir a questão dos crimes fiscais, porque os prefeitos, no geral,
são bem-intencionados, mas acabam pagando caro pela administração”, disse
Dominici, e continuou “daqui a pouco ninguém mais vai querer disputar eleição.”
Já o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB),
Eures Ribeiro, reforçou que a crise não foi criada pelos Municípios, portanto
considerou injusto que os Municípios paguem por ela. “A Bahia veio em peso, 97%
dos prefeitos baianos estão aqui. Queremos socorro da União e ajuda desta Casa
Legislativa. Juntos tenho certeza que somos fortes, não sairemos daqui sem
defender o povo”, afirmou.
Frisando principalmente na questão do programa de
assistência social Criança Feliz, o presidente da Federação Goiana de
Municípios (FGM), Haroldo Neves, relembrou os problemas causados com repasses
insuficientes para execução de programas federais municipalizados. “O
subfinanciamento gera problemas ao municipalismo brasileiro e precisamos romper
isso”, disse ele.
Fundamental
Representando as demandas de Minas Gerais, o presidente da
Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, lembrou do fundamental
papel dos parlamentares para a saída da crise dos Municípios e exigiu
comprometimento dos congressistas. “Temos poucos deputados comprometidos
conosco. Muitos só ficam no discurso do municipalismo, na hora de fazer o que
tem que ser feito não faz, nossas bandeiras estão anos paradas”, opinou.
Ele ainda conclui sobre a função dos municipalistas para
garantir mudanças. “Precisamos curar a doença que nos aflige, a distribuição
desse pacto federativo. Tudo nasceu foi aqui [Congresso] e cabe a nós
pressionar para mudar”, disse ele.
Última liderança municipalista a falar antes do encerramento
da sessão, o presidente da Associação
Goiana de Municípios (AGM), Paulo Rezende, reforçou as dificuldades e apontou a
importância de os parlamentares estarem ao lado dos gestores municipais. “Nós
prefeitos sabemos das dificuldades e dos gastos que temos em nosso Município.
Deputados e senadores, não deixem os Municípios afundarem”, disse.
Fonte: www.amupe.org
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