Em reunião com a procuradora-geral da República, Raquel
Dodge, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Chesf, deputado Danilo
Cabral (PSB), apresentou uma complementação à representação entregue à PGR no
dia 27 de setembro deste ano. Ao lado de parlamentares que compõem a Frente,
ele solicitou que sejam tomadas providências cabíveis por parte do Ministério
Público, em especial, o acompanhamento com proximidade da privatização da Eletrobrás.
"Esse processo tem sido conduzido de forma apressada e
sem a transparência necessária sobre o modelo de privatização que será adotado
e os possíveis impactos na tarifa e na matriz energética brasileira”, afirma
Danilo Cabral ao sair da reunião, realizada na tarde desta terça-feira (21). O
deputado destacou que a representação entregue à PGR aponta aspectos de ordem
econômica, do direito do consumidor e do ponto de vista jurídico.
A preocupação, do ponto de vista do direito do consumidor, é
com o impacto do aumento da tarifa de energia em até 17% anunciado pela Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De natureza econômica, tem-se a
informação de que R$ 12,2 bilhões esperados com a privatização da Eletrobras já
constam em relatório de receitas do Orçamento de 2018. O aspecto jurídico
aponta para a necessidade de atenção ao decreto nº 9188/17 que torna mais
evidente o regime especial de desinvestimento de ativos das sociedades de
economia mista. O decreto ainda propõe a dispensa de licitação na privatização
de empresas de capital público e privado, como a Eletrobrás.
A procuradora Raquel Dodge foi muito receptiva às pautas
apresentadas. No início da reunião, ela expôs sua preocupação com as
consequências e impactos que a água e a energia causam na vida dos cidadãos.
Por fim, como ato objetivo, a procuradora designou o subprocurador-geral da
República Carlos Alberto Vilhena como articulador e interlocutor desse processo
no Ministério Público Federal.
A Eletrobrás foi criada por Lei Federal, por isso, sua
privatização deve ocorrer também por meio de lei específica. “A privatização a
partir de uma medida provisória, como pretendia o governo federal até
recentemente, seria ilegal e inconstitucional”, explicou Danilo. O governo
federal mudou os planos e decidiu por encaminhar ao Congresso Nacional um
projeto de lei sobre o tema. Porém, ainda não se sabe o teor do referido texto,
porque ele ainda não chegou à Câmara dos Deputados e, mesmo assim, seu trâmite
em regime de urgência já é dado como certo.
“Os sinais são que, mesmo mudando a forma, o governo insiste
em fazer uma discussão célere sem a participação da Câmara nem da sociedade”,
disse Danilo Cabral. O deputado ressaltou que a privatização da Eletrobras está
em um contexto nebuloso, de falta de clareza, de regulamentação e de prévio
sucateamento da Eletrobras. “A privatização é mais uma escolha do governo
federal para atender interesses privados, desfazendo-se de ativos públicos de
enorme valor estratégico para o país”, critica o parlamentar.
Também participaram da reunião na procuradoria-geral da
República o senador Humberto Costa (PT), os deputados Creuza Pereira (PSB),
Luciana Santos (PCdoB) e Severino Ninho (PSB) e os representantes sindicais
Flávio Uchoa, da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE), e
Íkaro Barreto de Sousa, do Sindicato dos Trabalhadores da Eletronorte.
Foto: Antonio Augusto/PGR
Fonte: Assessoria de
Comunicação - Deputado Federal Danilo Cabral (PSB-PE)
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