Barragens em Serra, Afogados, Iguaracy, Tuparetama,
Salgueiro, Carnaíba, São José e Belmonte estão na lista divulgada pela CNM
A lista atualizada de barragens que apresentam alto risco de
rompimento no Brasil será atualizada até a próxima sexta-feira pela
Confederação Nacional de Municípios (CNM). Em Pernambuco, de um total de 477
reconhecidas pela Agência Nacional das Águas (ANA), 63 estão estão em perigo.
Todas estão classificadas como de alto dano associado, ou seja, caso rompam,
trarão alta destruição ambiental ou social. Três estão em cidades da Região
Metropolitana do Recife.
“Recebemos as informações da Agência Pernambucana de Águas e
Climas (Apac), responsável pela fiscalização, e analisamos. Essas barreiras
podem se romper a qualquer momento”, explicou o responsável pelo setor de
Proteção e Defesa Civil da CNM, Johnny Liberato. A maior nesse estado é a de
Jucazinho, em Surubim, no Agreste, com capacidade máxima de 327 bilhões de
litros. Seu rompimento levaria destruição por todo o Capibaribe. A de Pirapama,
no Cabo de Santo Agostinho, hoje reserva 64,5% da sua capacidade de máxima de
61 bilhões de litros.
“Os moradores que seriam atingidos por eventuais enchentes
não têm treinamento de evacuação. E os responsáveis pelas manutenções não têm
estrutura. Equipamento, maquinário, equipes.”
Em Jaboatão dos Guararapes, próximo à barragem de Duas Unas,
também em alto risco, moradores do entorno dizem que a última manutenção na
represa ocorreu há cinco anos e que nunca receberam nenhum tipo de orientação
quanto a como agir em caso de emergências. Nem os do condomínio de luxo
Alphaville, nem os moradores mais pobres, que trabalham para ele.
“Ninguém nunca veio aqui. Hoje, escutei que existem muitas
barragens com risco de estourar e, claro que fiquei com medo”, desabafou a dona
de casa Maria do Socorro da Silva, 64, que mora com a família há 17 anos no
Sítio dos Coqueiros, há poucos metros da represa de Duas Unas. Uma das fontes
de renda da dona de casa Rosenete Francisca, 46, é uma plantação de macaxeira
cultivada no quintal de casa, localizado também há poucos metros da represa.
“Nunca nem passou pela minha cabeça. Para mim, isso não vai acontecer nunca”.
O aposentado Antônio Felix da Sílva, 70, também mora no
local. Ele afirmou que não costuma ver a Compesa realizando manutenções no
local. “Nós cuidamos da barragem, nunca jogamos lixo, nem mexemos. Eles, eu já
não sei”.
A Apac não repassou à reportagem os principais problemas
ocorridos nas barragens, mas informou que “aciona o empreendedor responsável
para a realização das ações cabíveis quando encontra necessidade de
intervenção”. Até o fechamento da edição de ontem, nem a Compesa, responsável
por barragens como Duas Unas e Pirapama, nem a seção estadual do Departamento
Nacional de Obras Contra a Seca, responderam à Folha sobre a manutenção das
barragens.
Fiscalização
O Governo Federal vai priorizar a fiscalização de 3.386
barragens classificadas como em risco alto de rompimento. Todas as 63
pernambucanas citadas nesta matéria estão incluídas. No Diário Oficial da União
de ontem, está determinada uma avaliação rígida das estruturas das barragens e
a necessidade de remover instalações que coloquem pessoas em risco. Não há
prazo definido de entrega do relatório da avaliação.
No Sertão, estão na lista
de barragens de alto risco: Saco II (Santa Maria da Boa Vista), Algodões
(Ouricuri), Bom
Sucesso (Tuparetama), Saco I (Serra Talhada), Rosário (Iguaraci), Custódia
(Custódia), Cachoeira
II (Serra Talhada), Brotas (Afogados da Ingazeira), Arcoverde (Pedra),
Boa Vista (Salgueiro), Jazigo (Serra Talhada), Arrodeio (São José do
Belmonte), Caiçara (Parnamirim), São José II (São Jose do Egito), Parnamirim
(Parnamirim), Manoel Rodrigues (Cabrobó), Almas (Petrolina), Araripina
(Araripina), Juá II (Mirandiba), Chinelo (Carnaíba), Cruzeiro (São José do
Belmonte) e Deserto (Petrolina).
Fonte: nilljunior.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.