A solicitação de uma audiência pública sobre a situação da
assistência farmacêutica em Pernambuco foi recusada pela maioria dos deputados
da Alepe, na Reunião Plenária desta quarta (24). No Requerimento nº 142/2019, a
deputada Priscila Krause (DEM) pedia que a reunião fosse realizada pela
Comissão de Saúde, com a participação do Governo Federal e Estadual, Ministério
Público Estadual (MPPE), Defensoria Pública (estadual e federal) e Tribunal de
Contas, além de entidades da sociedade civil.
A proposta da democrata teve 12 votos favoráveis e 24 votos
contrários. O líder governista, deputada Isaltino Nascimento (PSB), observou
que “a Comissão de Saúde já vem tratando sobre essa e outras temáticas, como o
subfinanciamento e a judicialização da Saúde”. “Por isso, orientamos contra a
aprovação da proposta”, disse.
Para a deputada Priscila Krause, a reprovação do
requerimento foi “um constrangimento para a Casa”. “A Alepe decidiu não
discutir o direito à saúde, à vida e à dignidade das pessoas. Não há sentido em
não aprovar uma audiência pública que interessa a população pobre, que sofre as
agruras da falta de remédios”, observou. “A média atual de desabastecimento nas
farmácias públicas é de mais de 50%, e a gente queria esclarecer a
responsabilidade sobre o financiamento desses medicamentos”, relatou.
“O constrangimento faz parte do processo democrático. O que
não pode fazer parte desse processo é o silêncio. Se não vamos discutir essa
questão aqui dentro, vamos discutir em praça pública, porque as pessoas estão
morrendo por falta de remédios”, complementou. Priscila Krause ressaltou que o
MPPE irá, de qualquer maneira, realizar uma discussão pública sobre o mesmo
tema.
O líder da Oposição, deputado Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB)
classificou a votação como “um dia que a Alepe deveria esquecer em sua
história”. “Não é possível que, com o caos que observamos na saúde pública, a
Alepe se recuse a fazer uma audiência”, criticou. “Nos hospitais, vemos casos
como o de uma mãe que viu um filho conseguir, com a maior dificuldade do mundo,
um transplante de fígado, mas depois não consegue os remédios necessários para
impedir a rejeição do órgão”, exemplificou.
Fonte: www.radiopajeu.com.br
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