Governador homenageou, na manhã desta segunda-feira, a
memória do Padre Henrique, morto durante o regime militar
Nesta segunda-feira (27.05), data em que o desaparecimento
do padre Antônio Henrique Pereira Neto - conhecido como Padre Henrique -
completa 50 anos, o governador Paulo Câmara participou da homenagem realizada
na Catedral da Sé, em Olinda, local onde os restos mortais do religioso estão
sepultados. “Braço direito” do então arcebispo Dom Helder Câmara no período
inicial da ditadura militar em Pernambuco, Padre Henrique foi sequestrado,
torturado e morto no Recife. Seu assassinato foi uma represália direta ao
arcebispo, que era visto como um dos maiores líderes brasileiros da resistência
ao golpe militar.
Segundo o chefe do Executivo estadual, a homenagem é uma
forma de mostrar às novas gerações a verdade, para estimular as reflexões
necessárias sobre aquele período. “Precisamos nos lembrar das pessoas que
atuaram contra a ditadura, e do mal que ela fez ao nosso País. Nada daquilo
pode voltar a acontecer. Como governador, não poderia deixar de vir aqui me
solidarizar com sua família. Gostaria de dizer que seus ensinamentos e sua
vontade de ajudar os que mais precisam é um legado”, afirmou Paulo Câmara. Para
o governador, este é um símbolo da resistência que é preciso manter sempre:
reverenciar os que lutaram pela liberdade, pela democracia e para que as pessoas
tivessem seus direitos restituídos.
Representando o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando
Saburido, o bispo-auxiliar da Arquidiocese, Dom Limacêdo Antônio, discursou
sobre a importância do gesto do Governo do Estado para a instituição e para a sociedade.
“Hoje é um dia muito importante, um dia particular, e a visita do senhor
governador é um sinal de reverência de todo o Estado de Pernambuco neste dia
memorável, quando nos encontramos para prestar homenagem a esse grande homem
que foi o Padre Henrique. Sua memória está presente, seu compromisso com a
verdade, com a liberdade, com a democracia, nos tempos difíceis que passamos
hoje, de grandes riscos para com a história brasileira”, comentou Dom Limacêdo.
Roberto Franca, coordenador da Comissão Estadual de Memória
e Verdade Dom Hélder Câmara e ex-aluno do Padre Henrique no Colégio Nóbrega,
explicou os esforços para averiguar o acontecido. “O primeiro relatório da
Comissão de Justiça e Paz que fizemos foi justamente para analisar o
assassinato e o martírio do Padre Henrique”, afirmou. O secretário estadual
Pedro Eurico (Justiça e Direitos Humanos), que também conviveu com o religioso,
justificou em sua fala a importância do que chamou de “espírito” do Padre
Henrique. “Ele chegava perto dos jovens e falava da liberdade, de direitos e de
lutas”, disse.
Também prestigiaram a solenidade o secretário estadual
Antônio Carlos Figueira (Assessoria Especial), o vice-prefeito do Recife
Luciano Siqueira, Terezinha e Isaíras, ambas irmãs do Padre Henrique, representando
a família, além do monsenhor Albérico Bezerra, vigário da Catedral da Sé.
Fotos: Hélia Scheppa/SEI
Fonte: Assessoria de
Comunicação.
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