Comunidades tradicionais do sertão baiano já potencializam
os usos da planta. Beneficiam e exportam até em forma de cerveja. Em PE deverá surgir
uma floresta de umbu na Serra do Giz em Afogados da Ingazeira, por iniciativa
de um grupo nacional de cientistas (Ecolume/IPA) com apoio do prefeito José
Patriota, presidente da Amupe. Nesta sexta-feira (24), o Ecolume fará a entrega
formal de 700 mudas produzidas no IPA de Ibimirim a gestores da prefeitura de
Afogados da Ingazeira.
Para José Patriota várias comunidades serão beneficiadas com
a iniciativa do Ecolume. “Recebemos alegremente as mudas e apoiamos esta
inciativa por fortalecer a Caatinga e valorizar o semiárido com a multiplicação
do umbuzeiro, uma planta típica e referência histórica de nosso bioma”, diz. O
gestor destaca ainda a sua parceria com o Ecolume diante do objetivo do grupo
voltado ao desenvolvimento do agricultor com o do ecossistema. “A cidade foi
escolhida porque o prefeito acolheu a nossa proposta e logo sugeriu fazer
nascer uma floresta de Umbu no município”, fala a meteorologista Francis
Lacerda, pesquisadora do IPA e coordenadora do Ecolume.
Mais de 700 mudas de spondias tuberosa, popularmente
conhecida por umbu, planta nativa do semiárido do NE, resistente a altas
temperaturas e pouca água, com elevado potencial bioeconômico pelas
propriedades nutricionais e farmacológicas, mas ainda pouco usadas, serão
entregues a agricultores e gestores do Sertão pernambucano nesta quinta-feira
(23) e sexta-feira (24) em evento pedagógico e científico em Ibimirim. A
iniciativa, que ocorrerá durante um curso de formação sobre a produção da
planta e seu beneficiamento, é do Laboratório de Mudanças do Clima do Instituto
Agronômico de PE (IPA), em parceria com o Departamento de Bioquímica da UFPE e
por outras instituições, financiada pelo CNPq.
O curso será realizado no IPA e no Serta em Ibimirim. E
ministrado pela docente da UFPE, Márcia Vanusa, e o gerente da Estação
Experimental do IPA em Ibimirim, Antônio Carlos de Melo. Ambos são estudiosos
no umbu e participam da Rede Nacional de Pesquisados (Ecolume). O CNPq financia
a rede para desenvolvimento científico de novas práticas (de mitigação e
adaptação) socioambientais, econômicas, educacionais e comunicacionais frente
aos efeitos e impactos da mudança do clima dentro do Bioma Caatinga.
Ao final, o Ecolume fará a entrega formal de 700 mudas
produzidas no IPA local a gestores da prefeitura de Afogados da Ingazeira. “A
cidade foi escolhida porque o prefeito José Patriota acolheu a nossa proposta e
logo sugeriu fazer nascer uma floresta de Umbu no município, na Serra do Giz,
uma Área de Proteção Ambiental e de Refúgio da Vida Silvestre. E, neste local,
ainda há comunidades tradicionais”, fala a meteorologista Francis Lacerda,
pesquisadora do IPA e coordenadora do Ecolume.
Para José Patriota, que também preside a Associação
Municipalista de Pernambuco, várias comunidades serão beneficiadas com a
iniciativa do Ecolume. “Recebemos alegremente as mudas e apoiamos esta
inciativa por fortalecer a Caatinga e valorizar o semiárido com a multiplicação
do umbuzeiro, uma planta típica e referência histórica de nosso bioma”, diz. O
gestor destaca ainda a sua parceria com o Ecolume diante do objetivo do grupo
voltado ao desenvolvimento do agricultor com o do ecossistema.
“O Ecolume busca em três eixos as potencialidades diante dos
efeitos do novo comportamento do clima sobre esta região já muito semiárida:
energético, hídrico e alimentar. O umbu está contido em nossos estudos dentro
da área alimentar e afins (nutricional e farmacológico). É a nossa planta de
poder”, diz Francis. O umbu será de poder efetivamente, segundo avalia a
professora Márcia, quando o Poder Público estimular bioeconomicamente os usos
medicinais e nutricionais de sua casca, folha e seu fruto, usadas secularmente
por comunidades quilombolas e indígenas na alimentação e como remédio para cura
de várias doenças.
No Sertão da Bahia, por exemplo, já existem experiências de
arranjos produtivos bioeconômicos a partir do umbu. É o caso da Cooperativa de
Agricultura Familiar Canudos, Curaçá e Uauá. “Cultivam a planta nestas três
cidades baianas e a beneficia em novos produtos. Além de geleias, doces e
outros alimentos, fabricam até cerveja e exportam para o mundo”, diz Márcia. No
curso em que fará para agricultores e gestores municipais de Pernambuco sobre
potencialidades nutricionais do umbu, como vitaminas B1, B2, C, cálcio, fósforo
e ferro, a docente aproveitará também para ensinar a fabricação de biscoitos a
base da própria planta.
“Será uma experiência prática de uso das potencialidades
nutricional da planta na cozinha da escola Serta. Faremos alguns biscoitos com
a farinha oriunda do caroço de umbu, que é rica em proteína. Nossa ideia é que
a unidade educacional possa refazê-los depois e oferece-los na merenda dos seus
alunos que são filhos dos agricultores da região”, diz. Já o curso de produção
(enxertia) do umbu será realizado no IPA de Ibimirim, pelo gestor da unidade,
Antônio Carlos, que é técnico agrícola.
A pesquisadora também fará o anúncio do início da produção
de mais 1,5 mil mudas do umbu no IPA de Ibimirim por iniciativa do Ecolume.
“Quando a maior parte das sementes germinarem e tornarem-se mudas, vamos
estimular o reflorestamento da espécie em outros locais a fim de que se tornem
arranjos produtivos bioeconômicos a partir da planta”, adianta Francis. Outras
400 mudas, já produzidas no Serta com a ajuda de alunos da escola e por
bolsistas do Ecolume, como João Vitor e Cícero Emanoel, serão distribuídas no
fim do curso para os agricultores.
Fonte: Assessoria de Imprensa Ecolume/IPA
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