01/06/2023

BC ANALISA REAL DIGITAL E "TOKENIZAÇÃO" DA ECONOMIA


Aspectos ligados ao desenvolvimento da moeda digital do BC estão no Boxe "Real Digital: uma Plataforma para finanças 'tokenizadas", do REB 2022. Novas formas de automação, e descentralização de registro são alguns dos benefícios da 'tokenização', diz o estudo, lançado hoje (1º/6). O Relatório de Economia Bancária (REB) será publicado na íntegra na semana que vem pelo Banco Central.

No estudo Real Digital: uma Plataforma para as Finanças “Tokenizadas”, publicado nesta quinta-feira (1º), o Banco Central (BC) discute como o Real Digital e versões “tokenizadas” de moedas digitais emitidas por entidades reguladas pelo BC podem suprir a demanda por uma representação digital de liquidez em ambiente de finanças “tokenizadas”. O Real Digital, operado pelo BC, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores.

A análise está no Boxe 9 do Relatório de Economia Bancária (REB) 2022. O REB será divulgado na íntegra pelo BC na próxima terça-feira, dia 6 de junho.

Troca de experiências

O Boxe “Real Digital: uma Plataforma para as Finanças ‘Tokenizadas’” destaca que “a transição para uma economia digital, onde tokens têm um papel preponderante, tem se acelerado. Cabe ao BC traçar o curso de ações para que essa transição ocorra da forma mais ordenada possível, sem comprometimento da estabilidade financeira”. 

Especificamente, "as moedas digitais emitidas por bancos centrais (Central Bank Digital Currency – CBDC em inglês) – como mecanismo facilitador da inovação nos mercados financeiros – permitem a incorporação de novas tecnologias e novos modelos de negócios com potencial para atender à demanda da população por meios nativamente digitais de liquidação, similares aos disponíveis no ecossistema de criptoativos”.

No BC, as discussões e iniciativas sobre a possível emissão de uma moeda digital começaram em agosto de 2020. Nove meses depois, as diretrizes do Real Digital já estavam criadas. Desde então, o BC tem acompanhado de perto a tendência crescente de transações financeiras conduzidas em ecossistemas de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT, em inglês) na economia brasileira. 

Em diálogo com o setor privado e a academia, o BC coordenou uma análise detalhada de potenciais casos de uso relacionados ao Real Digital por meio do LIFT Challenge. 

"Como resultado, o BC revisou as diretrizes sobre o assunto em fevereiro de 2023. E, a partir de março, iniciamos os testes com uma plataforma para operações com o Real Digital, o 'Piloto RD'", disse o servidor Fabio Araujo, coordenador da iniciativa do Real Digital. 

Demanda por representação digital de liquidez

A “tokenização” de ativos é um tendência consolidada, diz o estudo, e tem o potencial de promover maior eficiência  das transações, já que, em geral, os ativos “tokenizados” podem ser transferidos facilmente em aplicações descentralizadas e armazenados em contratos inteligentes (smart contracts). A publicação elenca também outros benefícios da “tokenização” tais como: a troca automatizada e condicionada entre tokens, que reduz de riscos da contraparte; e a possibilidade de registro de ativos de diferentes naturezas em um mesmo ambiente DLT, que facilita negociações e amplia a liquidez dos mercados.

O trabalho, porém, alerta que “dada a inexistência de moeda do BC que seja compatível com as operações em ambientes DLT, os participantes do mercado vêm usando moedas digitais de emissão privada que não estão sujeitas a uma regulação adequada, as chamadas stablecoins, para a liquidação financeira de transações envolvendo ativos “tokenizados”. Dessa forma, essas transações estão expostas a riscos privados, o que pode comprometer a estabilidade financeira”.

Democratização financeira

“Por meio da futura implementação do Real Digital, o BC vem se aproximando desse novo ambiente, que apresenta grandes potenciais e desafios”, explicou Araujo. Nesse sentido, o documento enfatiza que entre as diretrizes do Real Digital está a promoção de modelos inovadores por meio da democratização do acesso às novas tecnologias, com soluções baseadas em DLT e contratos inteligentes na sua plataforma ainda em desenvolvimento. 

"Dessa forma, a existência de uma infraestrutura regulada compatível com as transações envolvendo ativos “tokenizados”, onde a moeda de liquidação é uma versão digital da moeda soberana, é fundamental para a criação de um ambiente propício para a proposição de inovações pelos diversos agentes do mercado. Além disso, os benefícios dessas tecnologias podem ser ofertados a uma base maior de cidadãos sem exposição dos negócios a incertezas de um ambiente financeiro não regulado”, completou Araujo. 

Ressalte-se que os serviços de varejo na plataforma do Real Digital serão acessados pelas moedas digitais emitidas por agentes autorizados pelo BC, que são as versões “tokenizadas” de depósitos à vista em bancos e cooperativas e de contas de pagamentos mantidas em instituições de pagamentos (IPs).

Leia a íntegra do Boxe 9 - Real Digital: uma Plataforma para as Finanças “Tokenizadas”aqui.

Saiba mais sobre a Iniciativa do Real Digital aqui. Conheça o debate conduzido pelo BC sobre "tokenização" aqui.

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