Carro é abastecido em posto de combustíveis no Rio de Janeiro 09/09/2021 REUTERS/Pilar Olivares |
A cobrança integral de impostos
federais sobre a gasolina volta a partir desta sexta-feira (30), com fim da
Medida Provisória (MP) que reonerou parcialmente os impostos em março. Com a
volta da tributação, deve haver elevação de até R$ 0,34 por litro de gasolina,
segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No
caso do etanol, o aumento deverá ser de R$ 0,11 por litro.
Segundo a Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana terminada na última
sexta (24), o preço médio por litro da gasolina no Brasil era de R$ 5,35. Isso
significa que, pela estimativa da Abicom, a reoneração pode significar um
aumento do preço a R$ 5,69. No caso do etanol, o preço médio passaria de R$
3,74 a R$ 3,85.
A gasolina e o etanol ficaram isentos da cobrança de PIS e Cofins em junho de 2022, em uma medida do governo de Jair Bolsonaro que estava prevista para durar somente até 31 de dezembro daquele ano. Na ocasião, o preço médio da gasolina nas bombas estava acima da casa dos R$ 7.
Porém, em janeiro de 2023, o novo
governo de Luiz Inácio Lula da Silva prorrogou a desoneração até 28 de
fevereiro. Então, em março o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou uma
reoneração parcial dos combustíveis – ou seja, retomando as alíquotas, mas a um
valor menor do que era cobrado antes -, em uma medida com duração de quatro
meses, encerrados agora.
Para compensar as perdas de
arrecadação, o governo brasileiro decidiu instituir uma taxa de 9,2% sobre as
exportações de petróleo bruto pelo mesmo intervalo de quatro meses. A
estimativa do Ministério da Fazenda é uma arrecadação de R$ 6,66 bilhões no
período.
Nova política de preços da
Petrobras
Com a reoneração dos impostos
federais, o aumento deve ser sentido pelo consumidor em breve, avalia Danielle
Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research. Além disso, segundo a
especialista, a mudança na política de preços da Petrobras (PETR3 e PETR4) abre
espaço para a estatal praticar preços mais agressivos – o que pode pressionar
ainda mais o custo para o consumidor final.
“A Petrobras tem espaço para
praticar a paridade com o mercado internacional, o que não tem feito nas
últimas semanas. Os combustíveis têm uma participação expressiva no IPCA, a
inflação oficial do país, portanto devemos observar um impacto no índice ao
longo do tempo, caso essa tendência perdure”, explica.
Em maio, a Diretoria Executiva da
Petrobras aprovou sua nova política de preços de combustíveis, encerrando a
subordinação dos valores ao preço de paridade de importação (PPI).
Os preços passaram a ser
praticados de acordo com cada distribuidora para a qual a Petrobras vende
combustíveis. Segundo a diretoria da estatal, a política levará o cenário
internacional como referência, mas com um “filtro” para amenizar os choques
externos.
Tanques da Petrobras 17/06/2022 REUTERS/Ueslei Marcelino |
Prates chegou a afirmar que a PPI
era uma “amarra” que tirava a competitividade da Petrobras e sua “liberdade de
fazer preço”.
“Do ponto de vista do consumidor,
é algo negativo, já que os preços devem subir. Para a estatal, é algo
positivo”, avalia Danielle Lopes.
A XP, por outro lado, pontua em
relatório que o preço da refinaria da Petrobras pode cair alguns centavos em
pontos de entrega, mas “não mudará de maneira material”.
ICMS
Além do aumento com os impostos
federais PIS/Cofins, os preços da gasolina já haviam sido impactados pela
mudança para um Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fixo
de R$ 1,22, que passou a valer em junho.
Antes da alteração, a gasolina
terminou o mês de maio com preço médio de R$ 5,21, segundo dados da ANP.
Considerando o preço de R$ 5,35 informado na última semana, houve alta mensal
acumulada em 2,68%.
No ano passado, o governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro limitou o ICMS, um imposto estadual, sobre os
combustíveis para segurar os preços da gasolina no período eleitoral. Com a
medida, foi instaurado um teto de até 18%, definido por cada estado.
Mas, em junho de 2023, a alíquota
única e fixa do ICMS em R$ 1,22 entrou em vigor, após sua definição em março
pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Para o diesel, a
alíquota única passou a ser de R$ 0,94 desde 1º de maio.
Fonte: Site Invest News (clique aqui)
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