Os produtos com indicação
geográfica (IG) têm grande potencial econômico. A exemplo do que acontece com o
champagne, da França, e o queijo canastra, do Brasil, o artesanato brasileiro
tem muito potencial econômico com a estratégia, que agrega valor ao produto e
protege a região produtora.
Por isso, artesãos,
especialistas, gestores e representantes de países das Américas do Sul e do
Norte e da Europa se reúnem nesta quinta e sexta-feira (29 e 30), no Rio de
Janeiro, para debater os desafios e o potencial econômico das IGs para o
artesanato. Eles participam do seminário Origens Brasileiras Artesanato – I
Evento Internacional de Indicações Geográficas de Artesanato.
Na abertura do encontro, o
secretário de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte e do Empreendedorismo do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sempe/MDIC),
Milton Coelho, destacou a importância artística, cultural e econômica do
artesanato brasileiro.
“O fato de mobilizarmos, hoje,
tanta gente importante para dar atenção ao artesanato nos demonstra que a
atividade econômica é fundamental, porque gera renda e garante a sobrevivência
das pessoas. Mas também nos coloca na condição de prestar a atenção àquilo que
alegra e alimenta a alma humana”, destacou.
Articulação
Atualmente, o artesanato é o
principal meio de renda de cerca de oito milhões de brasileiros. No entanto,
apenas 250 mil são reconhecidos profissionalmente do Programa do Artesanato
Brasileiro (PAB). Ao apontar a indicação geográfica com um dos caminhos para o
fortalecimento do artesanato brasileiro – o Brasil tem 12 IGs do setor –, o
secretário ressaltou a necessidade de mobilizar os artesãos para que eles se
articulem coletivamente para alcançar o potencial da atividade.
“Nós, do MDIC, com o PAB, o
Sebrae e federações e associações de artesãos, precisamos também incentivar o
artesão a se associar, a participar coletivamente, comunitariamente, da sua
vida profissional. Porque tudo isso dá visibilidade, acumula força política
necessária para que se consiga conquistar patamares muito melhores”, ressaltou
o secretário.
Na sexta-feira (30), a diretora
de Artesanato e Microempreendedor Individual, Raissa Rossiter, vai moderar o
último debate do encontro “O que tem por aí?, que vai discutir as perspectivas
da IG para o artesanato. De acordo com ela, o Brasil vive um momento
estratégico para ampliar o potencial socioeconômico e cultural do setor.
"Estamos trabalhando no Programa do Artesanato Brasileiro, em nível
nacional e nos estados, com Sebrae, INPI e demais parceiros, em políticas
estruturantes que trarão maior competitividade, como as indicações geográficas
de artesanato. Hoje, são 12 IGs no País. Temos potencial para, trabalhando de
forma integrada, ampliar muito”, avalia a diretora.
O Origens Brasileiras Artesanato
– I Evento Internacional de Indicações Geográficas de Artesanato é realizado no
Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB).
12 Indicações Geográficas do Artesanato Brasileiro
Artesanato em capim dourado da
Região do Jalapão do Estado de Tocantins (TO)
Panelas de barro de Goiabeira
(ES)
Peças artesanais em estanho de
São João del Rei (MG)
Opalas e joias artesanais de
Pedro II (PI)
Têxteis em algodão naturalmente
colorido da Paraíba (PB)
Renda irlandesa da região de
Divina Pastora (SE)
Renda renascença do Cariri
Paraibano (PB)
Bordado filé da região das Lagoas
Mundaú-Manguaba (AL)
Bordado de Caicó (RN)
Joias artesanais em prata de
Pirenópolis (GO)
Produção têxtil de Resende Costa
(MG)
Redes de Jaguaruana (CE)
O que são Indicações Geográficas
As Indicações Geográficas são um
tipo de registro que identifica regiões vinculadas a produtos que possuem
características específicas e qualidade única, devido ao seu local de origem.
As IGs no Brasil de todos os setores, incluindo Artesanato, são concedidas pelo
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O INPI é o órgão
responsável por regular e proteger os direitos de propriedade industrial no
país, incluindo as Indicações Geográficas. O artesanato brasileiro já conta com
12 IGs registradas no país. A conquista para ser reconhecida como uma IG começa
com a identificação do potencial das regiões. Depois disso, os artesãos passam
a ser orientados sobre o processo de solicitação de registro.
Fotos: Sebrae Nacional
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.