Mesmo com a mudança gradativa
para versão injetável, o Zé Gotinha vai continuar na missão de sensibilizar as
crianças das ações de imunização. - Foto: Myke Sena/MS
OGoverno Federal vai substituir
gradualmente a Vacina Oral Poliomielite (VOP) pela versão inativada (VIP) do
imunizante a partir de 2024. A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara
Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as novas
evidências científicas para proteção contra a doença. A atualização não
representa o fim imediato do imunizante na versão popularmente conhecida como
"gotinha", mas um avanço tecnológico para maior eficácia do esquema
vacinal, que será feito após um período de transição.
O Zé Gotinha, símbolo histórico
da importância da vacinação no Brasil, também vai continuar na missão de
sensibilizar as crianças, os pais e responsáveis em todo Brasil, participando
das ações de imunização e campanhas do governo.
A nova recomendação foi
apresentada, nesta sexta-feira (7/7), durante Live da ministra da Saúde, Nísia
Trindade, com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O objetivo da reunião
com representantes da instituição em todas as regiões do Brasil foi expor as
ações do Ministério da Saúde pela retomada das altas coberturas vacinais,
principalmente entre as crianças, e debater a importância da adesão dos
profissionais de saúde e médicos ao Movimento Nacional pela Vacinação.
“A retomada das altas coberturas
vacinais é uma prioridade do Governo Federal. Esse é um movimento, não uma
campanha isolada, justamente pela ideia de continuidade e pelo constante
monitoramento de resultados. Esse trabalho não se restringe ao Ministério da
Saúde, por isso estamos indo aonde estão os movimentos da sociedade”, afirmou
Nísia Trindade.
Em relação aos imunizantes contra a poliomielite, a indicação foi para que o Brasil passe a adotar exclusivamente a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) no reforço aos 15 meses de idade, que atualmente é feito com a forma oral do imunizante. A VIP (injetável) já é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Portanto, após um período de transição que começa no primeiro semestre de 2024, as crianças brasileiras que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a VIP (injetável) aos 15 meses.
A dose de reforço aplicada
atualmente aos 4 anos não será mais necessária, já que o esquema vacinal com
quatro doses garantirá a proteção contra a pólio. A atualização considerou os
critérios epidemiológicos, as evidências relacionadas à vacina e as
recomendações internacionais sobre o tema. Desde 1989 não há notificação de
caso de pólio no Brasil, mas as coberturas vacinais contra a doença sofreram
quedas sucessivas nos últimos anos. Em todo o Brasil, a cobertura ficou em
77,19% no ano passado, longe da meta de 95%. Por isso, a mobilização para
retomar as altas coberturas vacinais do país, que já foi referência
internacional, é fundamental.
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