Estão abertas as inscrições para
empreendedoras que queiram participar do "Elas Exportam", programa de
mentoria em comércio exterior voltado para mulheres empresárias. O programa é
desenvolvido em parceria pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (MDIC) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações
e Investimentos (ApexBrasil).
Lançado em junho deste ano, o
objetivo do Elas Exportam é ampliar a presença feminina no mercado
internacional por meio da troca de experiências com empresárias que já atuam no
comércio exterior.
Na primeira fase, 169 empresárias
se inscreveram como mentoras. Agora, na segunda fase, é a vez das candidatas a
receber mentorias. As inscrições ficam abertas até o 21 de julho. Confira aqui
o edital.
O comércio exterior é motor
fundamental do crescimento econômico ao redor do mundo. Apesar dos avanços na
participação de mulheres no universo do empreendedorismo observados nas últimas
décadas, a disparidade de gênero ainda é evidente neste cenário. Segundo dados
de inteligência da ApexBrasil, atualmente, menos de 10% das empresas apoiadas
pela instituição têm mulheres no topo de suas lideranças. E, de acordo com
dados do MDIC, apenas 14% das companhias brasileiras exportadoras possuem
preponderância feminina nos quadros societários. Com o “Elas Exportam”, as duas
instituições querem, portanto, transformar essa realidade e impulsionar a
inserção de empresas lideradas por mulheres no concorrido comércio exterior.
“Há muitas oportunidades e espaço
para que as mulheres se beneficiem do comércio exterior. É nossa
responsabilidade agir para incluí-las ainda mais neste mercado e o programa é
reflexo do nosso engajamento nesse sentido”, afirma a secretária de Comércio
Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, que também destaca o resultado da primeira
fase de seleção do programa, para empresárias interessadas a participarem como mentoras.
“O alto número de inscrições confirma que há muitas mulheres interessadas em
promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino no Brasil”.
A diretora de Negócios da
ApexBrasil, Ana Paula Repezza, ressalta que a equidade de gênero é capaz de
gerar impacto real no desenvolvimento econômico dos países. “A participação das
mulheres no comércio exterior pode trazer benefícios significativos para a
economia, pois sabemos que empresas que exportam empregam mais e pagam melhores
salários. Esperamos que muitas empresas lideradas por mulheres se inscrevam no
programa para aprender, com aquelas que já exportam, os benefícios de acessar o
mercado internacional”, reforça Repezza.
Sobre o Programa
O Programa “Elas Exportam” terá
duração de seis meses e deverá ser repetido em ciclos futuros. Serão oferecidas
mentorias individuais e coletivas, oficinas, seminários e treinamento de pitch
(oratória) para suporte ao desenvolvimento de competências e habilidades
técnicas e socioemocionais necessárias ao impulso da atividade exportadora.
Espera-se que o programa
proporcione diversos benefícios para as mentoradas, como entendimento sobre o
caminho trilhado por outras mulheres no comércio exterior, esclarecimento de
dúvidas práticas relacionadas ao processo de exportação e aprendizado sobre
barreiras específicas enfrentadas por mulheres, em especial no contexto
socioemocional. O programa deverá contribuir também para o estabelecimento de
rede de apoio e ampliação da rede de contatos.
Das 169 empresárias que se inscreveram
para serem mentoras, cerca de 45 já foram pré-selecionadas e 20 delas farão
parte do primeiro ciclo do projeto. A
seleção final será feita após a segunda fase, quando o projeto receber as
inscrições das empresas interessadas em receber a mentoria. A ideia é fazer um
“match” entre elas, para que haja confluência de setor, região, porte ou
mercado de atuação. Portanto, no primeiro ciclo do programa serão 20
empresárias experientes na área de exportação mentorando 20 empresas lideradas
por mulheres que desejam começar a exportar. As inscrições para essa segunda
fase estão abertas até o dia 21 de julho.
Confira o edital e inscreva-se aqui.
Cenário atual
O estudo “Mulheres no Comércio Exterior, Uma Análise para o Brasil”,
publicado em abril deste ano, pelo MDIC, apresenta um conjunto de dados que,
pela primeira vez, permite que os pesquisadores e formuladores de política
vejam os dados trabalhistas e societários do Brasil relacionados ao comércio
internacional, por gênero. Os dados mostram que empresas que exportam ou que
estão inseridas no mercado internacional tendem a oferecer remunerações
melhores para seus funcionários, sejam mulheres ou homens, e que também
empregam mais. No entanto, a diferença salarial entre os gêneros nesse cenário
chega a ser ainda maior.
Ainda segundo o relatório,
diferente da média mundial, no Brasil, a participação feminina no emprego em
empresas não participantes do comércio exterior é superior à participação
naquelas que exportam e/ou importam. O maior número de empregos de mulheres
ligados ao comércio está na atividade que engloba construção civil, comércio e
serviços. Já as atividades com menor participação de mulheres, tanto em número
absoluto de postos de trabalho quanto em porcentagem relativa aos homens, são
as atividades agropecuária e extrativa. Além disso, a participação das mulheres
no emprego é maior nas firmas de menor porte, tanto para empresas atuantes,
quanto para não atuantes no comércio exterior. Ela é também maior nas empresas
que têm uma maior participação de produtos diferenciados nas suas pautas de
exportações.
Olhando para a atuação das
mulheres como empreendedoras, o estudo verificou que, tal como ocorre no
conjunto geral das empresas brasileiras, a estrutura societária das firmas que
participam do comércio exterior é também formada majoritariamente por homens.
No Brasil, apenas 14% das empresas exportadoras pertencem em sua maior parte a
mulheres. Observou-se também uma maior inserção de firmas majoritariamente
pertencentes a mulheres no grupo de micro e pequenas empresas, na comparação
com a proporção observada de firmas porte médio e grande. Ainda, empresas com
sócias majoritariamente mulheres exportam produtos com tarifas internacionais
superiores, em média, àquelas observadas para empresas com sócios
majoritariamente homens.
Programa Mulheres e Negócios
Internacionais da ApexBrasil
O “Elas Exportam” é uma das ações
do Programa Mulheres e Negócios Internacionais da ApexBrasil que reúne diversas
entidades parceiras para apoiar e promover a equidade de gênero no mercado
internacional. Entre as atividades previstas pelo Programa estão ações de
inteligência de mercado, capacitação, promoção comercial e atração de
investimentos estrangeiros para empresas lideradas por mulheres. O Programa
começou a ser desenvolvido em março deste ano, quando a ApexBrasil estabeleceu
seu compromisso com a equidade de gênero. O lançamento ocorreu no dia 2 de
junho, em São Paulo, quando também foi lançado o Programa “Elas Exportam”. O
evento de lançamento do Programa está disponível na íntegra neste link.
Além da parceria com o MDIC, o
Programa conta também, até o momento, com o apoio de mais 16 entidades. São
elas: Ministérios das Mulheres; Ministério do Desenvolvimento Agrário e
Agricultura Familiar (MDA); Ministério de Relações Exteriores (MRE); Pacto Global /ONU; Mulheres no Comex;
Correios; Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI); Rede Nacional
de Empreendedorismo Feminino (RME); Organização Brasileira de Mulheres
Empresárias (OBME); Woman Inside Trade ; (WIT); Sebrae; We Connect Banco do Brasil; Rede
Internacional de Mulheres do Café (IWCA); INMETRO; Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB); Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Organização
Mundial do Comércio (OMC /ITC). O trabalho de engajamento e estabelecimento de
parcerias para o Programa segue em aberto para que novas instituições e
iniciativas possam se integrar a esse grupo.
Confira
a landing page do Programa Aqui
Sobre a ApexBrasil
A ApexBrasil atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência apoia atualmente cerca de 15 mil empresas em 80 setores da economia brasileira.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
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