Em reunião bilateral na manhã
desta segunda-feira (31/7), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o ministro de
Investimento da Arábia Saudita, Khalid
Al Falih, retomaram negociações para a realização de um acordo de investimentos
entre os países. A intenção faz parte do esforço do governo brasileiro em
fortalecer o projeto de neoindustrialização em curso no país.
Atualmente, a Arábia Saudita é o
principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio, com corrente de
comércio de US$ 8,2 bilhões em 2022. E o
Brasil é um dos países mais atrativos para o recebimento de investimentos
estrangeiros. Empresários sauditas têm demonstrado interesse em investir no
Brasil em diversos setores, como energia renovável, fertilizantes, aeroespacial
e mineração. Empresas brasileiras têm feito investimentos importantes na Arábia
Saudita no setor alimentício, bancário e de defesa.
Alckmin e Al Falih participaram,
logo após o encontro bilateral, do Fórum de Investimento Brasil-Arábia Saudita,
promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a
Invest Saudi, agência de investimentos daquele país.
Na ocasião, o vice-presidente e
ministro reforçou o momento propício do Brasil para a atração de investimentos,
com o crescimento do PIB acima do previsto, a queda do índice de desemprego, a
valorização do Real, o novo arcabouço fiscal e os avanços na reforma tributária, que irão
estimular a redução do Custo Brasil, a desoneração de investimentos e o
crescimento das exportações.
Alckmin ressaltou que o governo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como objetivo gerar desenvolvimento
com sustentabilidade, o que garante inúmeras oportunidades recíprocas de parcerias
e investimentos verdes.
A Arábia Saudita, ainda que
grande produtora de petróleo, está preocupada com a transição energética e com
a diversificação de sua economia, o que a levou a desenvolver o projeto “Visão
2030”. Portanto, investir no Brasil
neste momento faz todo o sentido.
Alckmin indicou alguns setores em
que a cooperação pode ser fortalecida. Na área de energia, por exemplo, com o
etanol e o hidrogênio verde,
combustíveis sustentáveis com
grande potencial de produção no Brasil. No setor automobilístico, o Brasil tem
seu Rota 2030, que prevê estímulo às
várias rotas tecnológicas, como os veículos híbridos (etanol + elétrico). E na
segurança alimentar, segmento em que as parcerias podem envolver a produção de
fertilizantes, uma vez que a Arábia
Saudita é um importante produtor e exportador, enquanto o Brasil importa 85% do
produto utilizado em suas plantações. “Não tem agricultura sem fertilizantes. E
podemos crescer mais nessa parceria”, afirmou Alckmin.
“Tenho certeza de que este fórum
vai trazer grandes oportunidades. De investimentos recíprocos, de parcerias, de
complementariedade econômica, gerando mais emprego e mais renda”, concluiu ele.
O ministro de Investimentos da Arábia
Saudita, Khalid Al Falih, listou alguns dos inúmeros segmentos em que ambos os
países podem cooperar, desde economia verde até transporte e logística, nas
mais variadas áreas, incluindo farmacêutica, de biotecnologia, agro, espacial,
tecnologia. “Apesar da distância geográfica, o Brasil e a Arábia Saudita, dois
membros orgulhosos do G20 e grandes produtores de energia, estão bem
posicionados para sermos parceiros estratégicos, sendo nós líderes econômicos
de nossas respectivas regiões”, afirmou o ministro árabe. E falou diretamente
aos empresários presentes no evento.
“Faço um convite a líderes empresariais presentes para serem nossos
parceiros, façam parte dessa jornada animadora. Temos oportunidades de investimentos
de até US$ 3,3 bilhões na próxima década.”
Para Josué Gomes, presidente da
Fiesp, o Brasil está aberto a investimentos estrangeiros que envolvam o
desenvolvimento da infraestrutura, a indústria da transformação e muitas outras
áreas. “O Brasil e a Arábia Saudita podem ajudar o mundo no que se refere à
produção energética. Temos um potencial na área de energia renovável
gigantesco”, destacou.
Durante o Fórum promovido pela
Fiesp, foram assinados 26 Memorandos de Entendimento entre empresas brasileiras
e sauditas e com o Ministério de Investimentos da Arábia Saudita, nas áreas
petroquímica, alimentícia, de turismo, logística e transporte, entre outras.
Também participaram do evento o
presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, e o presidente da
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.
Foto: Cadu Gomes/VPR
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
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