Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Geraldo Alckmin participou de
cerimônia que marcou venda de 110 novos ônibus e 6 caminhões da Mercedes-Benz
para a Suzantur, dentro do programa de descontos do governo federal que
estimula frota mais sustentável
O vice-presidente e ministro do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou
nesta sexta-feira (14/7) de evento na Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo,
que marca a primeira grande venda de veículos comerciais (ônibus e caminhões)
no âmbito do programa de renovação de frota do governo federal.
O programa estabelece um
mecanismo de desconto para facilitar a compra de veículos mais sustentáveis por
autônomos e pessoas jurídicas. Além de aquecer o mercado automotivo e manter
funcionando a cadeia produtiva do setor, o programa contribui para colocar em
circulação veículos com mais eficiência energética e, portanto, menos
poluentes.
As primeiras vendas, anunciadas
nesta sexta-feira pela Mercedes-Benz, envolvem 110 ônibus — 90 modelos urbanos
e 20 rodoviários — e 6 caminhões modelos extrapesados adquiridos a partir da
entrega de modelos antigos para reciclagem. Ônibus e caminhões zero km
proporcionam maior eficiência, economia no consumo de combustível e baixo custo
operacional, além de mais segurança nas estradas.
Durante o evento, Alckmin
ressaltou os benefícios do programa de renovação de frota e expressou otimismo
com a evolução do programa, a exemplo do sucesso registrado com o braço do
programa voltado aos carros de passeio, encerrado na semana passada com cerca
de 125 mil veículos vendidos. “No caso dos pesados, também vai ser um sucesso”,
apostou. Ele lembra que o processo é naturalmente mais lento porque envolve
retirada de outro veículo pesado antigo de circulação. Os ônibus e caminhões velhos devem ser
encaminhados para a reciclagem do setor de siderurgia antes de a nova compra
ser efetivada.
O vice-presidente celebrou as
vantagens da renovação da frota do país.
“Veículo muito velho polui 20 vezes mais. [A troca por novos veículos] Vai
melhorar a qualidade do ar, contribuir para a saúde. Tem frenagem moderna,
evita morte. Ou seja, é menos poluente,
mais confortável, evita acidentes, salva vidas”, resumiu. Logo após o evento,
ao conversar com jornalistas, o ministro afirmou que o governo federal está
estudando um modelo mais permanente de renovação de frota para ônibus e
caminhões.
Por ora, o prazo termina quando
acabarem os recursos: foram disponibilizados R$ 700 milhões para caminhões e R$
300 milhões para ônibus, em forma de crédito tributário para as montadoras, com
descontos que variam de R$ 33 mil a R$ 99 mil por veículo.
Roberto Leoncini, vice-presidente
de Vendas & Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz, fez coro com o
ministro. “Estamos colocando em
circulação 110 ônibus novos e tirando das ruas 110 veículos velhos, com mais de
20 anos de fabricação. São modelos que consomem menos combustível, emitem menos
poluentes e são muito mais seguros e eficientes”, afirmou.
Ele considera o programa do
governo federal importante em três aspectos: ambiental (incentivo à
descarbonização, reciclagem e economia circular), social (mais segurança viária
e conforto para passageiros, melhores condições de trabalho aos operadores) e
econômico (estímulo à venda dos veículos reaquece o setor e gera emprego).
Segundo Claudinei Brogliato, CEO
da Suzantur, empresa que adquiriu os ônibus da Mercedes-Benz, o programa
permitiu que sua empresa dobrasse o número de ônibus adquiridos. “Além de mais conforto e segurança para a
população, ganhamos com a redução na emissão de poluentes e com maior
eficiência em custos operacionais, visando a rentabilidade dos nossos
negócios”. Ele defende um esforço concentrado envolvendo governo,
trabalhadores, BNDES, indústria, empresários e agências reguladoras para
manutenção do segmento aquecido, manutenção de empregos e desenvolvimento do
país.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também
presente ao evento, reforçou o papel essencial do programa de renovação da
frota na manutenção dos empregos no setor automotivo. Ele fez um breve balanço
da criação de empregos no país, que chegou em maio a um saldo de 156 mil novos
postos. Ele atribuiu a defasagem entre o
resultado e a meta almejada (180 mil novas vagas) à decisão do Banco Central de
não reduzir a taxa de juros. Com a
tendência de queda a partir de agosto, a previsão, segundo Marinho, é fechar o
ano com pelo menos mais 2 milhões de empregos formais no país. “Precisamos de
crescimento constante para que possamos gerar emprego e renda. Qualificação,
informação, educação e investimento em políticas públicas”.
Também discursou no evento
Aroaldo Oliveira da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC e Presidente da IndustriALL Brasil. Ele ressaltou a capacidade da indústria
de alavancar a economia e lembrou que o caminho passa pela transição
energética, descarbonização, tema discutido na reunião do Conselho de
Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, que ocorreu nesta quinta-feira
(14), e que ele acompanhou. “Nossa matriz energética é limpa. Temos todos os
elementos para reconstruir e desenvolver produtiva, tecnológica, econômica e
socialmente o país”, concluiu.
Orlando Morando, prefeito de São
Bernardo do Campo, também esteve presente ao evento.
Balanço do programa de renovação
da frota - O programa temporário de renovação de frota do governo federal tem
duração de quatro meses ou enquanto durar os recursos. Para caminhões, foram
requisitados pelas montadoras, até o momento, R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões
disponíveis. Para ônibus, R$ 140 milhões de R$ 300 milhões.
A modalidade do programa para carros chegou ao
fim no último dia 7 de julho, com 125 mil unidades vendidas em pouco menos de
um mês.
A aquisição de caminhões e ônibus segue, como
esperado, ritmo mais lento. Além de investimento ser maior, há que se tirar os
veículos pesados de circulação, o que demanda naturalmente prazo maior. Além
disso, havia dúvidas entre agentes do mercado sobre alguns pontos do programa,
principalmente os relativos aos procedimentos de entrega de veículos com mais
de 20 anos para reciclagem. Para sanar essas dúvidas, o MDIC publicou, no
último dia 4, uma portaria com os ajustes necessários.
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