Armando
Monteiro chama atenção para o fim da guerra fiscal e construção de novas bases
na relação entre União, estados e municípios
Brasília – A
comissão de especialistas criada pelo Senado para propor novas regras nas
relações fiscais entre a União, os estados e os municípios entregou ao
presidente da Casa, senador José Sarney, um documento com o resultado do
trabalho. No texto, são apontadas mudanças que deverão ser feitas por meio de
três propostas de emenda à Constituição, quatro projetos de leis
complementares, alteração no Código Penal e projetos que já tramitam no Senado.
O senador
Armando Monteiro, que acompanhou a entrega do documento, disse que é necessário
reconstruir as bases do federalismo brasileiro. “Hoje temos um federalismo
predatório, precisamos de um federalismo cooperativo”, explicou o senador. Ele
lembrou, ainda, que para discutir recursos é preciso rever também competências.
Entre as
propostas elaboradas pelo grupo está a que trata da renegociação das dívidas de
estados e municípios. Para atenuar os encargos sobre as dívidas, os entes
federativos deixariam de pagar o IGP-DI mais juros de até 9% ao ano e passariam
a utilizar do IPCA mais juros de 4% ano.
“Esses
encargos reduzem sensivelmente o espaço fiscal dos estados para os
investimentos e contrapartidas”, afirmou o senador Armando Monteiro.
Outra
proposição extremamente relevante é a que promove a redução gradual das
alíquotas interestaduais dos bens e mercadorias e sua convergência, no prazo de
oito anos, para o percentual uniforme de 4%.
Além disso,
foi apresentado pelo grupo proposta de criação do Conselho Nacional do ICMS
(Conaci) em substituição ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
Será mantida a regra da tomada de decisões por unanimidade, admitindo-se, no
entanto, em alguns casos, deliberações por dois terços dos membros.
“Essas proposições
têm como objetivo eliminar o espaço da guerra fiscal e recuperar a
funcionalidade do ICMS, com benefícios para competitividade da economia”,
salientou Armando Monteiro.
As propostas
da comissão serão analisadas a partir de agora pelos senadores.
(Crédito da
foto em anexo: Marcos Oliveira/Agência Senado)
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