Astrônomos de todo o mundo estarão atentos hoje (15) à
passagem do 2012 DA14, que às 17h30 se tornará o primeiro asteroide de 45
metros de comprimento a ser observado a apenas 27,7 mil quilômetros da crosta
terrestre. Isso equivale a menos de um décimo dos 384 mil quilômetros que separam
a Terra da Lua. A distância mínima será atingida quando o corpo celeste, de 130
mil toneladas, estiver na direção do Oceano Índico, perto da Ilha de Sumatra,
na Indonésia, e será possível vê-lo com ajuda de instrumentos em partes da
Ásia, Oceania, Europa e África.
“É a primeira vez que a gente sabe que um objeto desse vai
passar tão perto da Terra. E, como ele tem um período que é conhecido, isso
gera uma oportunidade, por exemplo, para, no futuro, um projeto de mandar uma
sonda até lá, para examinar mais de perto esse objeto. Como ele está passando
muito perto, ele pode ser estudado com mais precisão” destaca o astrônomo
Eugênio Reis, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, que descarta o risco de
colisão.
Por passar tão perto da Terra, no entanto, o 2012 DA14
entrará no Anel Geoestacionário, área em que orbitam os satélites e a Estação
Espacial Internacional, que também não devem ser atingidos pelo asteroide. De
acordo com Eugênio Reis, a passagem não causará interferência nos meios de
comunicação, pois o corpo celeste é uma rocha pequena que não emite qualquer
tipo de radiação. Entretanto, as gravidades da Terra e da Lua mudarão a órbita
do asteroide, que reduzirá sua translação (órbita em torno do Sol) de
aproximadamente 366 dias para menos de 320, o que deixará os encontros com o
planeta mais raros.
De acordo com informações do site da Nasa, a agência
espacial norte-americana, o asteroide “chega perto” da Terra duas vezes durante
sua órbita, mas a próxima vez em que essa proximidade será relevante será
apenas em 2046, quando a distância será cerca de 1 milhão de quilômetros. Às
13h de hoje (14), a página da agência na internet estimava que o asteroide
estava a cerca de 643 mil quilômetros da Terra, aproximando-se a uma velocidade
de 28,1 mil quilômetros por hora.
Para Eugênio Reis, cientistas estão descobrindo que corpos
celestes como esse passam perto do globo terrestre mais frequentemente do que
se pensava: “Eles são muito pequenos, e só agora nós temos instrumentos
sofisticados e programas de busca automática que conseguem identificá-los.
Devem existir vários asteroides como esse em um espaço próximo, e a gente não
sabe”.
O próprio 2012 DA14 foi descoberto por um instrumento de
busca automática do observatório espanhol de La Sagra, no ano passado.
Equipamentos como esse fazem imagens do céu a todo momento, e elas são
comparadas por um software que consegue identificar se algum corpo celeste está
se movimentando. A partir dessa descoberta inicial, os astrônomos começam a
trabalhar para entendê-lo e catalogá-lo por meio de cálculos e estimativas. O
tamanho e o peso, por exemplo, são estimados com base no brilho captado a
partir da luz que ele reflete do Sol.
Caso fosse possível uma colisão entre o asteroide e a Terra,
Eugênio Reis diz que o impacto não seria suficiente para causar uma catástrofe
de dimensões planetárias: “Ele não é considerado perigoso para a vida na Terra.
Seria perigoso para a vida das pessoas de uma região, mas a Terra nem sentiria
esse impacto. Não provocaria nenhuma mudança na órbita ou algo assim”, minimiza
o astrônomo, que, no entanto, supõe que, sendo de metal, o asteroide causaria
uma cratera de cerca de 2 quilômetros e destruiria um bairro inteiro, gerando
abalos sísmicos nos arredores. Se fosse de rochas pouco coesas, ele se partiria
em pequenos pedaços ao colidir com o ar da atmosfera.
Para quem confunde asteroides, cometas, e meteoros, Eugênio
Reis dá uma explicação simples: “Cometas têm a cauda de gelo e vêm mais de
longe. Asteroides, não. Eles só se tornam meteoros quando entram na atmosfera
da Terra e geram brilho. Quando chegam ao chão sem se desintegrar, são chamados
de meteoritos”.
Fonte: Portal
Belmonte
Foto: Internet
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