Dezoito pessoas estão impedindo a chegada da água da Adutora
do Pajeú para mais de 100 mil famílias dos municípios de Calumbi, Flores,
Carnaíba, Triunfo e Afogados da Ingazeira. São proprietários de terras que
avançaram suas cercas em área pública, nas margens da PE-320, e estão proibindo
o DNOCS de executar a obra. A legislação diz que 20 metros, de ambos os lados,
a partir do eixo central da rodovia, pertence ao DER.
A partir de hoje, os promotores públicos do Pajeú começaram
a intimar os proprietários. A decisão foi tomada em uma reunião ocorrida ontem,
na sede do MP, em Afogados da Ingazeira. A reunião contou com a presença de
sete promotores públicos e os Prefeitos de Afogados da Ingazeira, Carnaíba,
Tuparetama, Tabira, Iguaracy e Ingazeira, além de representantes das
Prefeituras de Sertânia e de Flores.
O agravante é que a segunda etapa da obra, que vai
beneficiar as populações do Alto Pajeú, está comprometida, uma vez que não será
possível, segundo informações da Coordenadora Regional do Dnocs, Rosana
Bezerra, fazer a água chegar a Afogados da Ingazeira no próximo dia primeiro de
Julho, como havia anunciado o Ministro Fernando Bezerra Coelho. “Vamos, nesse
primeiro momento, buscar o diálogo e apelar para a consciência desses senhores.
Que eles possam desocupar a área pública e permitir a execução dessa obra tão
importante para a região, que pode sofrer, no segundo semestre, com o colapso
no abastecimento de água,” afirmou o Promotor Público de Afogados da Ingazeira,
Lúcio Almeida.
A reunião foi articulada pelo Presidente da AMUPE e Prefeito
de Afogados, José Patriota. Ele demonstrou preocupações também, além do atraso
na chegada da água, com os acidentes na PE-320. “Em muitos locais, os
proprietários avançaram suas cercas para a beira da pista. Não há espaço de
acostamento e nem rota de fuga em caso de um acidente. Motoristas podem ser
atingidos pelas estacas. Motoqueiros podem ser degolados pelos arames farpados.
É uma questão que tem colocado em risco a vida de quem trafega pela rodovia,”
afirmou Patriota. Há relatos, inclusive, de funcionários do DNOCS teriam sido
ameaçados. A empresa estaria trazendo funcionários de outras regiões para
amenizar o conflito.
Na próxima terça-feira (11/06), o Ministério Público realiza
uma audiência com os proprietários de terra para buscar uma solução negociada.
Caso contrário, eles deverão ser acionados criminalmente, e a Polícia Militar
será chamada para garantir a retirada das cercas e a continuidade das obras.
Presentes na reunião,
o coordenador do Conselho Gestor de Usuários da Barragem de Brotas (Afogados),
Padre Luiz Marques; e o Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
Pajeú, Elias Silva. Representantes do DNOCS, COMPESA e das empresas executoras
da obra (Imobiliária Rocha e Projetec) também se fizeram presentes.
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