Lisboa – Os partidos políticos com maior representação na
Assembleia da República de Portugal têm esta semana para tentar um acordo de
“salvação nacional” sugerido pelo presidente Aníbal Cavaco Silva. O presidente,
que tem poder de demitir o governo, dissolver o Parlamento e convocar eleições,
quer que o Partido Social Democrata (PSD), o Centro Democrático Social –
Partido Popular (CDS-PP), ambos no atual governo do primeiro-ministro Pedro
Passos Coelho, e o Partido Socialista (PS), de oposição, formem juntos um novo
governo e antecipem as eleições legislativas de 2015 para 2014.
O pedido inclui o compromisso do próximo governo de garantir
“a sustentabilidade da dívida pública, o controle das contas externas, a
melhoria da competitividade e a criação de empregos”.
Atendendo a Cavaco Silva, as legendas começaram conversar no
fim de semana. Um encontro, no final da tarde de ontem (14), reuniu os
representantes escolhidos do PSD, CDS e PS, estabeleceu como serão feitas as
negociações e definiu o prazo de uma semana – próximo domingo (21) – para
responder ao presidente da República.
Ao mesmo tempo, a Assembleia da República votará a quinta
moção de censura contra o governo. A medida deve ser apresentada hoje (16) pelo
Partido Ecologista (PEV), conhecido como Os Verdes, e votada na próxima
quinta-feira (18). A moção será apoiada pelo Partido Comunista Português (PCP),
pelo Bloco de Esquerda (BE) e pelo Partido Socialista (PS).
Para o líder do PS na Assembleia da República, deputado
Carlos Zorrinho, não há contradição entre votar a moção que pede a extinção do
gabinete de Pedro Passos Coelho e, ao mesmo tempo, conversar com os dois
partidos que sustentam ao governo.
"Com os partidos, [o diálogo] é completamente diferente
da relação com o governo. Este governo é um governo que nós consideramos que
está esgotado e neste sentido votamos a favor da moção de censura", disse
Zorrinho à Agência Lusa. Em abril, o próprio PS apresentou moção de censura que
foi derrotada pela maioria governamental.
Além da moção de censura, o diálogo entre PS, PSD e CDS-PP
diverge quanto à marcação de novas eleições. Os socialistas querem que o pleito
ocorra em junho de 2014, quando está previsto o fim do programa de ajustamento
econômico apoiado por credores internacionais. Por outro lado, o governo quer
chegar ao fim do mandato e ter as eleições somente em 2015. Em comunicado na
semana passada, Cavaco Silva admitiu a antecipação das eleições para o próximo
ano.
*Com informações da
Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e da Agência Lusa.
Fonte: Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário.